Momento é promissor para fundos imobiliários, diz head da Cy Capital

Bruno Ackermann destaca quais indicadores o investidor deve observar ao escolher um FII logístico

Em 2024, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) da B3, a Bolsa brasileira, acumula uma valorização de 3,2%, com base no fechamento da última sexta-feira, 5 de abril.  

Para Leonardo Garcia, analista do Trix, o primeiro trimestre deste ano foi marcado por uma notável resiliência neste mercado. 

“Apesar do contexto desafiador, com o avanço do dólar, o aumento das curvas de juros futuros e a inflação acima das projeções, o mercado de FIIs demonstrou robustez”.

O momento pode ser promissor, segundo Bruno Ackermann, sócio e head de logística da Cy Capital. 

“O mercado passou por altos e baixos, agora vemos um momento que os juros apontam para queda. Como o fundo imobiliário é muito sensível a juros, boa parte do capital que agora sairá da renda fixa pode migrar para esse setor de FIIs, o que faz as cotas subirem e gera mais retorno para o investidor”, explica o executivo. 

Um fundo imobiliário de tijolo pode estar em segmentos como galpões de logística, shopping centers, escritórios, prédios industriais, entre outros. 

No entanto, o mercado financeiro reconhece FIIs logísticos como uma opção resiliente neste setor. Isso porque durante a pandemia, com o excesso de compras online, somado às entregas, este tipo de ativo continuou fortalecido, enquanto FIIs de escritório, por exemplo, não tiveram a mesma resposta. 

Agora, em um momento posterior, o e-commerce segue sendo uma opção muito utilizada por brasileiros e os galpões logísticos são essenciais para estoque de produtos.

“A demanda por este tipo de imóvel aumentou muito. Não vemos a tendência de e-commerce diminuindo, pelo contrário. O ativo logístico fica muito mais fortalecido e se torna um ‘queridinho’ do mercado”, ressalta Ackermann. 

Apesar de ser um setor querido pelos investidores, é preciso atenção ao escolher em qual FII logístico investir. 

Para o head da Cy Capital, é importante observar a qualidade dos ativos e dos locatários. O executivo indica que o investidor entre na página de RI (Relações com Investidores) do fundo para conseguir captar essas informações.

“Quando se fala dos ativos, a principal característica é localização. A dica que eu dou é sempre observar a quantos quilômetros o imóvel está da capital daquele estado”, afirma. 

Além disso, a qualidade dos locatários pode ser baseada em grandes empresas com qualidade de crédito, incluindo companhias listadas em Bolsa, segundo o executivo. 

Após esta primeira análise, o segundo passo é observar indicadores financeiros, como a constância do histórico de dividendos (se é estável ou volátil). 

Outro ponto destacado é o histórico de valor da cota, para que o investidor não entre em um ativo que já se valorizou muito e talvez não tenha mais espaço para crescimento. 
 

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