Análises

Gol (GOLL4): em meio à recuperação judicial, é seguro viajar com a empresa ou investir na ação?

Para Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o momento é de cautela

12 MAR 2024 • POR Mari Galvão • 15h30
Gol - Gol/Divulgação

No dia 29 de janeiro, a aérea Gol (GOLL4) informou que recebeu aprovação do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, Estados Unidos, para a sua reestruturação financeira, iniciada em 25 de janeiro de 2024. 

A empresa informou que as aprovações concedidas pelo Tribunal dos EUA na audiência “First Day hearing” garantem que a GOL continuará operando normalmente durante o processo. Como esperado, a instituição aprovou o acesso provisório dos US$ 950 milhões do financiamento na modalidade “devedor em posse” (DIP) que foi concedido

Em comunicado, a companhia informou que, com a aprovação, honrará todos os compromissos com parceiros de negócios e fornecedores de bens e serviços prestados a partir da data de início do processo em 25 de janeiro de 2024, além do pagamento de salários aos colaboradores. Apesar de notícias sobre uma possível compra da Gol pela Azul (AZUL4), as aéreas informaram que não há decisões há respeito. 

 

Análise: o que fazer com as ações?

Após o imbróglio em torno das ações da Gol (GOLL4), que chegaram a cair mais de 30%, os investidores podem estar se questionando se é melhor vender ou esperar para tomar alguma decisão em relação ao investimento no ativo. 

Para Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, o momento é de cautela. "Normalmente, há um fluxo vendedor muito forte nessas empresas, o que derruba o preço das ações. Ainda é muito cedo para avaliarmos as perspectivas para longo prazo da empresa, tendo em vista que o processo de recuperação judicial ainda é incipiente", afirma.

Neste sentido, Cardozo acredita que para possuir as ações é preciso ter apetite ao risco. Notícias boas podem impulsionar a ação de forma rápida, assim como comunicados negativos podem derrubá-la com a mesma agilidade. 

"Eu acredito que nossa bolsa possui muitas empresas mais atrativas e seguras para os investidores no momento", ressalta o especialista. 

 

É seguro agendar viagens com a Gol?

Em comunicado sobre a reestruturação financeira, a Gol informou que "continuará oferecendo voos seguros e serviços confiáveis a baixo custo, proporcionando a melhor experiência de viagem aos clientes."

No entanto, pode surgir o receio de agendar uma viagem com uma empresa em recuperação judicial. Elcio Cardozo afirmou que o principal ponto de atenção para o consumidor é que, durante o processo, a empresa não paga quaisquer indenizações aos seus credores.

"Ou seja, caso o consumidor tenha algum problema em sua viagem e ingresse judicialmente contra a empresa, ele não será indenizado em um primeiro momento, ainda que obtenha sucesso na ação judicial", explica. 

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