Economia

Setor produtivo critica queda "tímida" da taxa Selic e espera corte mais intenso na próxima decisão

Antes da reunião do Copom, a Confederação Nacional da Indústria havia pedido um corte de 0,75 ponto percentual

1 FEV 2024 • POR José Chacon • 11h05
José Paulo Lacerda/CNI

Para as entidades do setor produtivo, já está na hora do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acelerar o ritmo de queda da taxa básica de juros, Selic. 

As considerações do segmento foram feitas, após a decisão do Copom ser de reduzir a taxa em 0,5 ponto percentual, para 11,25%, na última quarta-feira (31).

Segundo representantes da indústria e as centrais sindicais, essa aceleração seria necessária para que a economia possa crescer mais do que o previsto atualmente e viabilizar a retomada do consumo e da produção industrial, já que na visão do setor, os juros continuam altos e encarecendo o crédito.

"Percebe-se que o Brasil tem uma das taxas de juros reais mais elevadas do mundo. Por isso, há espaço e é importante acelerar a redução da Selic, contribuindo para a retomada de níveis mais robustos de crescimento e melhoria da competitividade", comentou a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Na classificação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom é "injustificável". Em nota, o presidente da entidade, Ricardo Alban, disse que o Banco Central deve ter maior compreensão da realidade brasileira. Ele pediu mais ousadia no ritmo de queda da taxa para diminuir significativamente o custo financeiro das empresas.

“É necessário e desejável maior agressividade do Copom para que ocorra uma redução mais significativa do custo financeiro suportado por empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e consumidores. Sem essa mudança urgente de postura, seguiremos penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente os brasileiros, com menos emprego e renda”, criticou Alban.

Antes da reunião do Copom, a CNI tinha soltado nota pedindo um corte de 0,75 ponto percentual.

Segundo a CNI, as expectativas para a inflação em 2024 estão abaixo do teto da meta, e o câmbio pode contribuir para controlar a inflação. O comunicado lembrou que o dólar comercial caiu de R$ 5,40 no início de 2023 para R$ 4,90 neste ano.

O mesmo desejo de cortes mais intensos é presente na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), que pediu pelo avanço na queda da Selic e reforçou a importância da continuidade das reduções da taxa para a economia. 

“O retorno da inflação à meta em 2023 e a desaceleração do índice prévio de janeiro têm provocado reduções nas expectativas inflacionárias, especialmente para o ano de 2024. Os cortes mais acentuados dos juros também se justificam pelos dados de curto prazo, que indicam um cenário de desaceleração da atividade econômica”, avalia a Firjan.

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