Economia

COPOM: Selic deve cair a 11,25% e, por enquanto, investidores podem esquecer reduções de 0,75 p.p.

Na avaliação de Lucas Farina, analista da Genial Investimentos, o comportamento do setor de serviços impede cortes de maior magnitude e colegiado deve observar a resiliência da economia norte-americana

31 JAN 2024 • POR Lucas de Andrade • 11h00
Antônio Cruz/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) não deve acelerar o ritmo de cortes de 0,50 p.p. para 0,75 p.p., uma vez que os últimos dados de inflação têm apontado para um repique dos números de serviços, avalia Lucas Farina, analista econômico da Genial Investimentos.

Contudo, o analista se soma às vozes do mercado financeiro e prevê o corte de 0,50 p.p. na decisão a ser comunicada nesta quarta-feira (31). Com isso, a taxa básica de juros Selic vai ser reduzida a 11,25% ao ano.

Ele relembra que, apesar da estreia de dois novos diretores indicados ao Banco Central (BC) pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quatro indicações no total, o comunicado da última reunião aponta claramente na direção da manutenção de cortes de 50 pontos-base para as reuniões de janeiro e março.

“ Em termos do que pode ser alterado, achamos que o Copom deveria comunicar a divulgação de dados mais recentes”, declara Farina. 

O analista observa que a economia norte-americana se demonstra mais resiliente do que o esperado, o que pode impactar tanto no início do ciclo de corte de juros por lá, como na taxa terminal da Fed Funds Rate (FFR), o que pode restringir o ciclo de afrouxamento monetário da taxa Selic no Brasil.

Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, pontuou que, desde a última reunião, não houve alterações relevantes da dinâmica inflacionária, das expectativas, das projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos que justifiquem uma sinalização divergente das anteriores.

“Esperamos que a meta Selic seja reduzida em 0,50 p.p para 11,25%, em linha com o sinalizado na reunião anterior e a visão consensual do mercado”, comentou.

Eduarda Schmidt, economista da Órama Investimentos, afirmou esperar uma comunicação neutra da autoridade monetária, com a manutenção do forward guidance de cortes de 0,50 p.p. para as próximas reuniões, que inclui os encontros de março e maio.

“O cenário internacional, com a perspectiva do início do ciclo de cortes de juros apenas em maio, aliado à uma expectativa de inflação ainda desancorada no Brasil e recentes leituras do IPCA justificam tal decisão”, pontuou.

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