Renda fixa

Tesouro Direto: 2024 é o ano dos títulos atrelados à inflação?

Lais Costa, analista da Empiricus Research, explica que ativos ligados ao IPCA oferecem melhor risco retorno em relação aos prefixados neste atual ciclo do mercado

22 JAN 2024 • POR Mari Galvão • 11h30
Pixabay

Em 2023, os títulos públicos prefixados foram destaque entre os investimentos de renda fixa. Neste ano, o cenário parece ter mudado, dando espaço para os títulos atrelados à inflação. 

O movimento tem relação direta com o ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central (BC). Segundo especialistas, o Tesouro Direto sempre deve fazer parte da carteira do investidor, independente do ciclo de mercado. 

“Isso porque existem instrumentos do Tesouro Direto com diferentes indexadores (IPCA+, pós-fixado e prefixado), o investimento mínimo é relativamente baixo (de R$ 30,00 a R$ 145,00) e trata-se de um ativo com liquidez (é possível se desfazer da posição comprada com facilidade)”, afirma Lais Costa, analista de renda fixa da Empiricus Research.

A analista ressalta que os títulos indexados à inflação (IPCA) oferecem uma melhor relação risco retorno para o investidor hoje. 

Como o mercado se antecipou em relação às reduções na Selic, os juros oferecidos nos títulos prefixados já refletem um patamar muito próximo do que deve ser a Selic terminal.

Os títulos IPCA+, no entanto, ainda oferecem cerca de 5,5% de juros reais (acima da inflação), o que é considerado alto.


Como escolher?

Neste momento, para a Empiricus Research, os títulos atrelados à inflação parecem trazer mais vantagens ao investidor. 

Já a escolha do vencimento deste ativo precisa de atenção. “Para um mesmo emissor, ou seja, para o mesmo risco de crédito, a escolha do vencimento tende a ser uma questão de apetite a risco”, aponta Costa.

No caso do Tesouro Direto, a analista destaca preferência por vencimentos mais longos que oferecem taxas de retorno maiores. Ressalta, ainda, que esses títulos são mais voláteis, então, caso o investidor não se sinta confortável com o nível de risco, o tamanho da posição deve ser calibrado. 

 

Atenção às mudanças 

A analista pontua que um erro comum do investidor é alterar sua carteira completamente junto a uma mudança de ciclo de mercado, mas esse não é o caminho ideal a seguir. 

“É preciso pensar de forma estrutural e seguir uma alocação de longo prazo para construir um portifólio eficiente. Contudo, é possível sim fazer alguns ajustes táticos, aumentando o peso de títulos prefixados em detrimentos dos pós-fixados quando o mercado passa a precificar uma queda de juros”, explica. 

Costa afirma que, em termos absolutos, os títulos pós-fixados ainda oferecem taxas altas (11,75% ao ano) e, pela precificação de mercado hoje, devem continuar ofertando dois dígitos de juros neste ano. 

No entanto, de forma estratégica, a Empiricus Research recomenda reduzir o percentual de alocação nesses títulos e privilegiar os indexados à inflação de longo prazo. 

Esse movimento deve garantir retornos maiores ao investidor, segundo a casa de análise.

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