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Itaú (ITUB4) negocia com baixos múltiplos e entrega excelente rentabilidade, diz analista

Banco foi capaz de crescer sua carteira de crédito com altíssima qualidade, afirma Giulia Nicola, analista de ações da Nord Research

21 JAN 2024 • POR Lucas de Andrade • 10h00
Divulgação

2023 foi um ano conturbado para o mercado de bancos e nos mostrou cada vez mais o quanto o banco vencedor não pode depender apenas do mercado de crédito.

A fraude da Americanas (AMER3) e outros episódios de recuperação judicial, alinhados a um maior endividamento das famílias no pós-pandemia de COVID-19, fizeram com que o mercado ficasse mais avesso ao risco e aumentasse a régua para a concessão de crédito.

Com o obstáculo, ficou cada vez mais claro que os melhores bancos serão os que trouxerem mais rentabilidade em seus negócios, com qualidade de seus empréstimos, inadimplência controlada, uma vasta gama de produtos e serviços, além de um bom múltiplo com visibilidade de resultados.

Alguns resultados decepcionaram a Nord Research em 2023, enquanto outras oportunidades surgiram, como aponta a analista Giulia Nicola.

Não foi o caso do Itaú (ITUB4). Na opinião de Giulia Nicola, o banco registrou sólidos resultados e surpreendeu positivamente o mercado com um crescimento de +12% no lucro líquido, mesmo com um cenário macroeconômico ainda conturbado, com aumento de provisões que, por sua vez, pressionaram os custos.

Já a margem financeira com clientes, diferença entre os juros que são cobrados nos empréstimos realizados pelo banco e os juros pagos pelo banco aos seus clientes em suas captações, atingiu R$ 26 bilhões no período, avanço de 9,0% ano a ano.

A receita de prestação de seguros e serviços (segmento mais rentável para a companhia) cresceu 5,2%, impulsionada pelo forte crescimento na linha de seguros, de 19,00%.

A carteira de crédito (segmento menos rentável) cresceu +5,70%, impulsionada pelo forte crescimento de pessoas físicas em crédito pessoal (+18% ano a ano).

O aumento no custo de crédito (+16,00%) em relação ao ano anterior veio principalmente da maior despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa (+11,00%) e do aumento dos descontos concedidos no varejo no Brasil — parcialmente compensado pela maior recuperação de créditos baixados como prejuízos.

De qualquer forma, o índice de inadimplência (NPL) entre quinze e noventa dias foi reduzido em relação ao trimestre anterior, a baixos 2,30%, enquanto o NPL acima de noventa dias ficou estável no mesmo período, “em reflexo ao bom gerenciamento de risco do banco”.

Nicola prossegue e afirma que a instituição apresentou um ótimo crescimento em seguros e serviços, mas ainda pouco representativo em seus resultados - “um ponto a ser observado ao longo dos trimestres, dado que o mercado de seguridade e serviços segue como o preferido pelas fintechs”.

“Comparados aos pares tradicionais como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), os resultados do Itaú se sobressaem, sem o risco de ingerência política que o Banco do Brasil (BBAS3) sofre, apesar dos bons resultados”, afirma a analista.

Na avaliação dela, o Itaú foi capaz de crescer sua carteira de crédito com altíssima qualidade (com foco em alta renda), “o que deve beneficiar a companhia nos próximos trimestres com o cenário macro mais desafiador”.

Atualmente, o Itaú negocia a baixos múltiplos (10x) para um banco que entrega crescimento com “excelente rentabilidade” (ROAE, 21,00%) e entrega de dividendos (dividend yield 6% 2024E).

 

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