Inflação nos EUA dentro do consenso em agosto; analistas debatem próximos passos do Fed

Com o resultado do CPI, o mercado espera estar se aproximando do fim do ciclo de alta de juros no País

O Índice de Preços ao Consumidor (CPI na sigla em inglês) dos Estados Unidos registrou alta de 0,6% em agosto na comparação com o mês imediatamente anterior, dentro das expectativas do mercado. 

Conforme os dados do Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (13), nos últimos 12 meses, a inflação no País voltou a acelerar para 3,7%, ligeiramente acima das projeções de 3,6%. 

O que pesou no indicador, ou seja, o índice que mais contribuiu para o aumento mensal de todos os itens, foi a gasolina, respondendo por mais da metade da alta. O resultado se deve à recente valorização do preço do petróleo internacional.
 
O núcleo do CPI norte-americano, que exclui a variação dos preços de alimentos e energia, avançou 0,3% em agosto, resultado acima do consenso do mercado, de 0,2%.

Já no acumulado dos últimos 12 meses, o núcleo da inflação do País atingiu 4,3%, uma queda em relação ao mês anterior (4,7%) e dentro das projeções (4,3%).

Enzo Pacheco, analista da Empiricus Research, explicou que o Federal Reserve (banco central dos EUA) está justamente olhando para o núcleo do indicador.

Além disso, Pacheco também ressaltou que o mercado entende que ainda pode ser necessária uma nova alta nos juros norte-americanos na decisão do FOMC de 20 de setembro. 

Para o CFA e co-fundador da Quantzed, Marcelo Oliveira, o CPI veio levemente negativo para os mercados, mas não deve ser suficiente para o Fed mudar a perspectiva de manter a taxa em seu patamar atual.

Em junho, a autarquia optou por manter a taxa no intervalo de 5,00% a 5,25%. Já na decisão de agosto, a autoridade monetária elevou o intervalo em 0,25 ponto percentual, para 5,25% a 5,50%. 

O Suno Research acredita que a próxima decisão, em setembro, pode indicar o fim do ciclo de alta dos juros. No entanto, o economista Rafael Perez destaca que a fed funds deverá permanecer no pico por um bom tempo até que a inflação dê sinais de convergência para a meta de longo prazo de 2% ao ano. 

Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos, afirmou que um CPI em linha com o esperado reforça uma pausa na alta de juros no País. No entanto, ele ressalta que este indicador não deve fazer preço já na próxima reunião.