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Safra indica compra, mas corta preço-alvo em 4% para ações de Hapvida (HAPV3) e Intermédica (GNDI3)

Para o banco, sinergias esperadas com a fusão entre as companhias decepcionam e empresas acentuam queda nos papéis já obtida no pregão anterior

8 FEV 2022 • POR Redação SpaceMoney • 12h10
Hapvida - Divulgação

Após NotreDame Intermédica (GNDI3) e Hapvida (HAPV3) liderarem as maiores quedas do Ibovespa, com 4,82% e 4,26%, respectivamente, no pregão de segunda-feira (7), os papéis das duas companhias acentuam a queda ao longo da manhã desta terça-feira (8).

Por volta das 11h55, GNDI3 caía 2,26%, a R$ 66,17, e HAPV3 retrocedia 1,69%, a R$ 11,65.

O movimento ainda repercutia o documento em conjunto das companhias, em que havia maiores detalhes sobre as sinergias esperadas com a fusão e a teleconferência das empresas para discutir as premissas. A estimativa ficou aquém das expectativas do mercado.

O Safra atualizou as estimativas de sinergias e aproveitou a oportunidade para ajustar premissas para as empresas de forma independente, o que levou a uma redução marginal de 4% em preços-alvos.

Um dos maiores operadores de saúde no país, o Grupo NotreDame Intermédica (GNDI3) tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 76,40.

A Hapvida (HAPV3) atua no setor de saúde suplementar, com foco no atendimento em rede própria, tem preço-alvo de R$ 13,30 e rating de compra.

Analistas mantiveram classificação de compra para HAPV3 e GNDI3, pois o caso de investimentos de uma operadora de saúde líder em nível nacional e verticalmente integrada continua atraente para o médio e longo prazo, na opinião do Safra.

No entanto, o Safra recomenda uma abordagem cautelosa no curto prazo, pois:

(i) o desempenho operacional recente foi abaixo do ideal;

(ii) o processo de integração deve levar alguns anos para se concretizar; e

(iii) o evento não trouxe surpresa positiva quanto a potenciais sinergias.

As empresas estimam sinergias operacionais anuais de R$ 1,38 bilhão a serem totalmente capturadas a partir de 2025.

A maior parte das sinergias (58%) deve vir de receitas, com 24% de redução de custos e 18% de economia de despesas SG&A. 

Adicionalmente, deve haver custos de implementação na faixa de R$ 100 milhões a R$ 150 milhões no total entre 2022 e 2024.

As empresas não forneceram no documento oficial uma estimativa de sinergias fiscais, embora tenha sido mencionado na teleconferência que o o ágio deve gerar um benefício fiscal total de R$ 11 bilhões a R$ 12 bilhões a ser capturado em um prazo de 5 a 7 anos, dependendo da geração de lucro tributável.

Além disso, os CFOs de ambas as empresas acreditam que pode haver espaço para alguma melhoria no custo de capital da entidade combinada, que não está incluído nas estimativas fornecidas.

A estimativa anual de sinergias ficou 14% abaixo das estimativas do Safra. O banco diz que cerca de 80% dos analistas buy-side consultados disseram que a orientação veio abaixo das expectativas.

Para o Safra, o fato de a maior parte da estimativa de sinergias vir de receitas decepciona, pois isso está muito menos sob controle gerencial do que sinergias de custos e despesas.

Alguns investidores têm argumentado que as empresas foram muito conservadoras em suas suposições.

Analistas pontuam que considerado que as empresas mencionaram restrições relacionadas ao Cade na avaliação completa de potenciais sinergias, esse poderia ser o caso e, eventualmente, eles poderiam vir com uma estimativa revisada para cima.

O Safra, por enquanto, diz ver isso como um ponto de vista otimista, pois eles devem ter muito mais visibilidade sobre estruturas duplicadas que podem cortar e ganhos potenciais de eficiência (como compras) do que sobre receitas que podem ou não gerar (pois isso depende de ambiente competitivo, fechamento de negócios com clientes em potencial etc.).

Portanto, se a administração, assessorada pela Bain Consulting, está cautelosa em relação a custos e sinergias SG&A, parece plausível para o Safra que esta seja a melhor estimativa disponível no momento.

Veja o que considera o Safra sobre riscos e vantagens ao investir na Intermédica:

Vale a pena investir em GNDI3?

Crescimento orientado a fusões e aquisições, com foco no segmento corporativo;

Experiência na aquisição e integração de novos negócios: um recurso valioso no mercado fragmentado em que atua.

Quais são os principais riscos de GNDI3? Impacto maior que o esperado da pandemia de Covid-19; Atrasos na integração de aquisições recentes; e Crescimento decepcionante dos lucros poderia levar a uma desvalorização. Vale a pena investir em HAPV3? Controle rígido sobre as despesas e a abordagem da 'jornada do paciente' ajudam a Hapvida a trabalhar na prevenção de doenças e condições e diminuir custos; Fusões e aquisições podem representar uma oportunidade adicional. Quais são os principais riscos de HAPV3? Impacto maior que o esperado da pandemia de Covid-19; Desafios acima do esperado e atrasos na integração de aquisições recentes; Índice de sinistralidade acima das expectativas, especialmente para as carteiras individuais.

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