CDBs são os investimentos mais procurados no 2º ano de pandemia de Covid-19, aponta Yubb
Enquanto 2020 foi marcado por quedas bruscas da Selic, o que reduziu o interesse do investidor por títulos de renda fixa, 2021 apresentou a taxa em alta para conter a inflação e a alta dos preços, e isso reverteu o cenário, segundo Bernardo Pascowitch
17 DEZ 2021 • POR Redação SpaceMoney • 10h52Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) foram os tipos de investimentos mais procurados pelos brasileiros neste segundo ano de pandemia de Covid-19, segundo um levantamento inédito realizado pelo Yubb divulgado nesta sexta-feira (17).
O estudo comparou o comportamento do investidor no ano anterior ao isolamento social (de março de 2019 a março de 2020), no primeiro ano de pandemia (de março de 2020 a março de 2021) e no decorrer de 2021.
Na análise sobre os tipos de investimentos mais buscados, enquanto o primeiro ano de pandemia impulsionou o investidor para ativos da B3 (B3SA3), como ações, ETFs, BDRs e FIIs, em 2021, o olhar do investidor se aproximou do cenário pré-pandemia, que prioriza uma maior atuação em renda fixa.
Veja:
Posição
Tipo de investimento mais buscado durante 2º ano de pandemia
(mar. 2021 a dez. 2021)
Tipo de investimento mais buscado durante 1º ano de pandemia
(mar. 2020 a mar. 2021)
Tipo de investimento mais buscado antes da pandemia
(mar. 2019 a mar. 2020)
1º
CDBs
Ações livres
CDBs
2º
Tesouro Direto
CDBs
Tesouro Direto
3º
Fundos de ações
Fundos de ações
Fundos multimercado
4º
LCI/LCA
Tesouro Direto
Fundos de ações
5º
Ações livres
Fundos multimercado
LCI/LCA
6º
Fundos multimercado
Fundos de índice (ETFs)
LC/RDB
7º
Criptoativos
Fundos imobiliários (FIIs)
Robôs de investimento
8º
LC/RCB
LCI/LCA
Fundos imobiliários (FIIs)
9º
Fundos imobiliários (FIIs)
BDRs
Debêntures e fundos de debêntures
10º
Fundos de índice (ETFs)
Criptoativos
Fundos de índice (ETFs)
Para Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb, enquanto o ano de 2020 foi marcado por quedas bruscas da Selic, o que reduziu o interesse do investidor por títulos de renda fixa, 2021 apresentou a Selic em alta para conter a inflação e a alta dos preços, e isso inverteu o cenário.
“Não é possível dizer se essas altas contínuas da Selic serão o suficiente para conter a inflação, porque ainda existe uma pressão inflacionária global, e algumas projeções já apontam que a Selic deve passar dos dois dígitos em 2022. Mas, para o investidor, vale a máxima de diversificar a carteira: aumentando a posição em renda fixa para aproveitar a alta dos juros, mas sem deixar a renda variável de lado, já que ela é a responsável por multiplicar o patrimônio investido”, explica.
Criptoativos
Outro destaque do ranking foi a presença dos criptoativos, que sequer apareciam entre os investimentos mais buscados no período pré-pandemia e, em quase dois anos, subiram do 10º para o 7º lugar.
“Os criptoativos, com destaque ao Bitcoin, superaram em 2020 a marca de 400% de rentabilidade, na paridade entre Bitcoin e real (R$). Em 2021, a moeda digital teve seus períodos de queda, mas segue promissora. O fato é que as criptomoedas estão cada vez mais populares, aproveitando o novo perfil do investidor, mais digital. Esse novo perfil está aberto às tecnologias financeiras e às revoluções que o setor vem trazendo”.
Ticket médio de investimentos
E se o ticket médio buscado pelos investidores caiu 95% no primeiro ano de pandemia, a recuperação começou em 2021.
“O investidor ainda não está repetindo os mesmos comportamentos que realizava antes da pandemia, mas a vacinação em massa contra a covid-19 trouxe uma confiança para ele se arriscar mais, já que a imunização está diretamente atrelada ao fim do lockdown e a retomada financeira. Entretanto, com a pandemia ainda presente e as reflexões sobre o novo normal, a instabilidade econômica segue e, provavelmente, veremos o investir ainda cauteloso nos primeiros meses de 2022”, pontua Pascowitch.
Confira o indicador completo:
Posição
Valor mais buscado no 2º ano de pandemia
(mar. 2021 a dez. 2021)
Valor mais buscado no 1º ano de pandemia
(mar. 2020 a mar. 2021)
Valor mais buscado antes da pandemia
(mar. 2019 a mar. 2020)
1º
R$ 5.000 a R$ 10.000
Até R$ 1.000
R$ 10.000 a R$ 20.000
2º
R$ 10.000 a R$ 20.000
R$1.000 a R$ 5.000
R$ 5.000 a R$ 10.000
3º
R$ 1.000 a R$ 5.000
R$ 5.000 a R$ 10.000
R$ 1.000 a R$ 5.000
4º
R$ 20.000 a R$ 30.000
R$ 10.000 a R$ 20.000
Até R$ 1.000
5º
Até R$ 1.000
R$ 20.000 a R$ 30.00
R$ 20.000 a R$ 30.000
Públicos mais velhos retomam confiança aos investimentos
O terceiro ponto analisado pelo estudo foi o público investidor. No início da pandemia, pessoas mais jovens começaram a se interessar pelo mercado de investimentos, substituindo perfis mais velhos.
Em 2021, os públicos mais velhos retomaram a preferência por investimentos, aproximando o cenário do período pré-pandemia.
Confira:
Posição
Faixas etárias que mais buscaram investimentos durante 2º ano de pandemia
(mar. 2021 a dez. 2021)
Faixas etárias que mais buscaram investimentos durante 1º ano de pandemia
(mar. 2020 a mar. 2021)
Faixas etárias que mais buscaram investimentos antes da pandemia
(mar. 2019 a mar. 2020)
1º
31 a 35 anos
26 a 30 anos
31 a 35 anos
2º
36 a 40 anos
16 a 20 anos
36 a 40 anos
3º
41 a 45 anos
21 a 25 anos
26 a 30 anos
4º
26 a 30 anos
31 a 35 anos
41 a 42 anos
5º
21 a 25 anos
36 a 40 anos
21 a 25 anos
Por fim, na análise dos prazos mais buscados, o investidor brasileiro vem considerando prazos maiores no comparativo com o seu comportamento em 2020.
Entretanto, com a instabilidade econômica ainda presente, investimentos a longo prazo seguem sendo evitados.
Posição
Prazos mais buscados durante 2º ano de pandemia
(mar. 2021 a dez. 2021)
Prazos mais buscados durante 1º ano de pandemia
(mar. 2020 a mar. 2021)
Prazos mais buscados antes da pandemia
(mar. 2019 a mar. 2020)
1º
12 a 24 meses
6 a 12 meses
24 a 36 meses
2º
6 a 12 meses
Até 6 meses
36 a 48 meses
3º
24 a 36 meses
12 a 24 meses
12 a 24 meses
4º
Até 6 meses
24 a 36 meses
6 a 12 meses
5º
36 a 48 meses
36 a 48 meses
Até 6 meses
Segundo Bernardo Pascowitch, a análise dos prazos mais buscados é um ótimo indicador para mostrar como está a confiança do investidor na economia brasileira.
“O período anterior à pandemia foi de menor volatilidade nos investimentos e de expansão econômica. Então, os investidores claramente privilegiaram investimentos mais longos, seja em termos de vencimentos de títulos de renda fixa ou em termos de planejamento temporal, para permanecer com um ativo de renda variável. Com a covid-19, esses investimentos são os menos buscados nos dois anos consecutivos, o que mostra insegurança sobre o futuro do país e, consequentemente, um planejamento para resgate do dinheiro em menos tempo”, conclui.
Com informações de Hafiki Comunicação.