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Educação financeira precisa ser tratada como uma disciplina

Brasil evoluiu pouco na inclusão do tema nas salas de aula da Educação Básica

25 NOV 2021 • POR Eli Borochovicius • 13h32
Foto: Alexandr Podvalny/ Pexels

A sociedade tem passado por transformações nas relações de produção, trabalho e consumo, especialmente com o advento da tecnologia. As crianças estão inseridas nesse contexto e têm se engajado e se envolvido com a cultura digital, com acesso a grande quantidade de informações, impondo às escolas novos desafios.

Em 2014, o Plano Nacional de Educação refirmou a necessidade de estabelecer diretrizes pedagógicas para a Educação Básica e de criar uma base nacional que orientasse os currículos do país.

Assim, em 20 de dezembro de 2017, foi homologada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), um documento de caráter normativo que define as aprendizagens essenciais para os alunos da Educação Básica, assegurando a construção de algumas competências, definidas como aquelas necessárias para a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores, no intuito de resolverem demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Conceitos básicos de economia e finanças

Preparar o aluno para o empreendedorismo é uma necessidade que está posta. Dessa forma, se pode atribuir às escolas a responsabilidade de incorporar aos seus currículos e às suas propostas pedagógicas a abordagem de temas contemporâneos que afetam a vida humana, como a educação para o consumo, educação financeira e fiscal. A BNCC sugere que devem ser discutidas situações que envolvam o estudo de conceitos básicos de economia e de finanças.

O cenário econômico não tem contribuído para o investimento na educação escolar e, apesar dos mais variados esforços do corpo docente, no sentido de atender às necessidades impostas, pouco se evoluiu nos últimos anos em relação ao que apregoa o documento.

No Ensino Superior, as finanças são responsabilidade dos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Economia; portanto, fazem alusão às ciências humanas. É um erro impor aos professores de matemática, das ciências exatas, como se tem observado, que assumam o compromisso de educar financeiramente as crianças com o argumento de tratar-se de um tema que envolve números.

Disciplina da educação financeira

A educação financeira trata de assuntos como taxa de juros, inflação e planejamento financeiro, que de fato exigem o conhecimento matemático.

No entanto, a maior parte dos conteúdos conceituais consiste em usar os recursos (naturais e financeiros) com sabedoria para potencializar o desenvolvimento responsável e consciente das crianças, as capacitando a compreender e transformar a realidade, atuando na superação das desigualdades e do respeito ao ser humano.

A Educação Financeira precisa ser tratada como uma disciplina, oferecida por professores com formação na área, assim como ocorre com todas as demais disciplinas escolares. Caso contrário, será um esforço em vão e possivelmente será alta a probabilidade dos avanços ficarem prejudicados.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.

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