Indicador Econômico

Ipea revisa projeção para cima e prevê inflação perto de 10% ao fim de 2021

Instituto elevou estimativas em 1,5 p.p., de 8,3% para 9,8%, com aumentos dos preços das commodities, fragilidade fiscal e ambiente de instabilidade política

24 NOV 2021 • POR Redação SpaceMoney • 10h46
Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Nesta quarta-feira (24), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) elevou suas projeções para a inflação no Brasil em 2021 e 2022 diante da forte pressão de preços no país e no mundo, com a estimativa para este ano perto de 10%.

A variação esperada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revista de 8,3% para 9,8%., para 2021, e de 4,1% para 4,9%, em 2022 - fora do centro da meta, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto.

"O recuo esperado da inflação em 2022 está balizado na estimativa de acomodação dos preços do petróleo, ainda que em patamar elevado, à baixa probabilidade de efeitos climáticos intensos e à projeção de um aumento de 7,8% da safra brasileira, que devem gerar uma pressão menor sobre combustíveis, energia elétrica e alimentos", explicou o instituto.

O aumento das projeções do IPCA veio de uma revisão mais intensa dos bens livres e dos preços administrados, com previsões que passaram de 7,9% e 12,9% para 10,3% e 15,6%, respectivamente.

A inflação esperada para os alimentos e para os serviços livres também foram revisadas para cima, passando de 8,9% e 5,0% para 9,8% e 5,5%.

O aumento expressivo dos preços das commodities no mercado internacional tem contribuído para a inflação no Brasil e em outras economias no mundo, mas há alguns fatores domésticos que explicam esta aceleração mais forte da inflação no país.

Entre estes, está a estiagem verificada no país este ano, que gerou uma baixa histórica nos níveis dos reservatórios, levando a adoção da bandeira de escassez hídrica e de reajustes da bandeira vermelha para cobrir o custo mais elevado da energia produzida pelas termelétricas.

O texto do Ipea ainda aponta que os riscos inflacionários para o ano que vem seguem associados a novos aumentos dos preços internacionais das commodities e à percepção de alguma fragilidade fiscal, além da instabilidade política, oriunda do processo eleitoral, com efeitos que podem desencadear um novo ciclo de desvalorização cambial no contexto interno.
 

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