Recuperação econômica

ARTIGO - O varejo está acordando; hora de ir às compras na bolsa?

Aproveitar o momento de retomada da economia para investir em ações ou fundos ligados ao setor pode, sim, trazer bons resultados, mas exigirá calma e paciência

21 SET 2021 • POR Redação SpaceMoney • 08h25
- Jason Briscoe via Unsplash

Por Bruno Takeo Komura*

O varejo parece estar acordando do seu longo sono forçado.

Atualmente, a bolsa de valores conta com grandes players do segmento varejista. Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VVAR3), Hering (HGTX3) e Lojas Renner (LREN3) são algumas das empresas que têm apresentado ótimo desempenho nos últimos tempos e viraram figurinhas carimbadas das casas de análise. Mas vejamos se o “hype” se sustenta. 

Todo esse furor faz parte da recente “tese da reabertura”. Desde março do ano passado, lojistas vêm sofrendo com as medidas de restrição adotadas pelos governos estaduais e municipais para frear a COVID-19.

Segundo um boletim da Cielo divulgado no final do ano passado, em abril de 2020 algumas áreas do varejo tiveram quedas brutais. Com as pessoas em casa e os shoppings fechados, o segmento de vestuário, por exemplo, teve faturamento 85% menor naquele mês. Lojas de departamento, móveis e eletro, por sua vez, viram suas vendas caírem pela metade (-47,8%) Os dados são comparados com abril de 2019.

O fraco desempenho do varejo seguiu por quase todo o ano de 2020, melhorou um pouco no final do ano, mas levou um novo tombo em 2021, com a chegada da nova onda de infecções da pandemia.

Agora, com o avanço da campanha de vacinação, os lojistas que conseguiram sobreviver novamente passaram a enxergar uma luz no fim do túnel.

Com essa reabertura plena no horizonte, o mercado acredita que naturalmente acontecerá um ajuste dos preços das ações de empresas ligadas a esses segmentos, que ainda seguem descontadas em relação ao que realmente valem e, por isso, são ótimas oportunidades para os investidores lucrarem.

Essa tese faz sentido? Até certo ponto, sim. Porém, a maioria dos grandes varejistas já está “vacinada” contra a pandemia e digitalizou suas operações. Essas empresas podem não estar com o mesmo desempenho de antes, mas o desconto nas ações não é tão grande assim.

Sim, os shopping centers estão voltando a reabrir em seus horários normais de funcionamento, o que significará mais vendas, aluguéis entrando na data, planos de expansão sendo retomados e, com isso, valorização dos papéis.

Mas temos que nos lembrar que há ainda um passivo grande herdado pelos meses fechados, como aluguéis atrasados e vacância de espaços por falência de lojas.

Ou seja, o “ajuste” positivo no valor das ações para o mercado varejista pode (e acredito que deve) vir, mas não de um dia para o outro.

Aproveitar a “tese de abertura” para investir em ações ou fundos ligados ao setor pode, sim, trazer bons resultados, mas exigirá calma, paciência e — porque não? — teimosia dos investidores. Comprar e segurar. Esse mercado ainda deve sofrer com grande volatilidade nos próximos meses e é fácil se deixar levar pelo desespero em um cenário desse. Tem que ter estômago forte.

Se esse é o seu caso, boas compras!

*Bruno Takeo Komura é da equipe de análise da Ouro Preto Investimentos

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