Pandemia

Varejistas devem mostrar resiliência no 1T, apesar de desafios, dizem analistas

No ponto de vista do BTG Pactual, o setor deve continuar se destacando

23 ABR 2021 • POR Investing.com • 18h28

Por Ana Julia Mezzadri, da Investing.com - Uma coisa parece ser consenso entre os analistas: o primeiro trimestre de 2021 foi extremamente desafiador para as varejistas brasileiras. O retorno das restrições para frear a disseminação do coronavírus, o fim do auxílio emergencial e a fragilidade na confiança do consumidor devem afetar o balanço destas companhias.

No entanto, as empresas devem mostrar resiliência em seus resultados, e há tendência de melhora gradual à frente. E, do ponto de vista do BTG Pactual, o setor deve continuar se destacando.

Entre o fim de fevereiro e março, novas restrições para conter a segunda onda da pandemia de Covid-19 no Brasil impactaram as varejistas, sobretudo as que têm seus negócios focados em lojas físicas.

Os players de e-commerce, por sua vez, devem apresentar boa performance, na análise do BTG, apesar de, como era esperado, seu crescimento ter desacelerado em relação aos trimestres anteriores, quando se beneficiaram da forte mudança para o consumo online decorrente das restrições à mobilidade. Para a XP Investimentos, as companhias desse segmento devem ser o destaque do trimestre, com destaque para players de nicho, como Westwing (SA:WEST3) e Enjoei (SA:ENJU3), e Magazine Luiza (SA:MGLU3).

Em relação ao varejo discricionário, o BTG defende que, apesar de um cenário difícil no curtíssimo prazo, as varejistas de roupas e calçados devem se beneficiar, ao longo do ano, da demanda reprimida de 2020, quando os consumidores favoreceram outras categorias de produtos. A XP também aposta em resultados fracos neste trimestre, apesar de esperar desempenho sólido no canal online. No segmento, a corretora aponta destaque positivo para Grupo Soma (SA:SOMA3).

Para supermercados, a visão da XP é que os resultados sigam sólidos, mas que o crescimento desacelere em relação ao trimestre anterior, devido ao aumento das restrições, à ausência do carnaval e à menor demanda do canal B2B. No segmento, a corretora vê como destaques positivos Assaí (SA:ASAI3) e Grupo Mateus (SA:GMAT3).

Os resultados de farmácias, segundo a XP, também devem mostrar resiliência, apesar dos desafios, impulsionados pelo aumento da disponibilidade de serviços nas lojas. O destaque positivo, aqui, fica para Pague Menos (SA:PGMN3).

Na visão do BTG, a reabertura da economia, fundamental para a recuperação das varejistas, deverá ser um processo gradual ao longo dos próximos trimestres. Ainda assim, o banco ainda vê espaço para o aumento do custo sobre investimento, especialmente pela aceleração da curva de juros, o que pode adicionar volatilidade às ações.

Essa alta, para o BTG, pode gerar liquidações e, como consequência, oportunidades interessantes para nomes premium. Entre suas preferidas para 2021, o banco nomeia Mercado Livre (NASDAQ:MELI) (SA:MELI34), Magazine Luiza, Arezzo (SA:ARZZ3), Petz (SA:PETZ3) e Lojas Quero-Quero (SA:LJQQ3).

Falando em futuro, o banco espera que os investidores foquem em quatro tendências principais em 2021: a performance dos players de e-commerce a partir do segundo trimestre; o ritmo da recuperação de segmentos discricionários, como vestuário; a forte resiliência de segmentos que se beneficiaram dos efeitos positivos do auxílio econômico, como alimentos e materiais de construção; e a desalavancagem operacional que vem ocorrendo.

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