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ANP: ataque na Arábia Saudita vai valorizar pré-sal

16 SET 2019 • POR Agência Brasil • 19h13
O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, avalia que o ataque feito por drones no último sábado (14) a instalações de petróleo na Arábia Saudita vai aumentar o interesse de companhias estrangeiras do setor em participar dos leilões de petróleo no Brasil, programados para os meses de outubro e novembro. “Aumenta a percepção de risco no mercado de petróleo, o que deve se refletir nos preços, mesmo após a retomada plena do suprimento saudita, o que valoriza o pré-sal e os demais ativos brasileiros”, disse Oddone, por meio de nota divulgada hoje (16). No mercado financeiro, o ataque também traz impactos, de acordo com o economista-chefe da Daycoval Asset Management, Rafael Cardoso. “Do lado mais amplo e incerto, [o ataque] levará à elevação da tensão geopolítica na região. Em relação aos impactos econômicos globais, há a alta do preço do petróleo, como já está ocorrendo, mas que não deve se perpetuar devido à retomada da produção saudita nos próximos meses ou à expansão da oferta por parte de outros participantes [da Organização dos Países Exportadores de Petróleo - Opep].” Para o economista, se houver alta de inflação nos países, ela deverá ser momentânea até a normalização da oferta de petróleo em um contexto global. “Neste sentido, deverá haver pouca implicação para a decisão dos bancos centrais em reduzir as taxas de juros, dado o choque passageiro”. Cardoso disse que a elevação momentânea dos preços, seguida de normalização, bem como a não implicação para a política monetária, valem também para o cenário nacional, onde “o Banco Central está em meio a um ciclo de queda da taxa (básica de juros) Selic”. O Índice Ibovespa, da B3 (antiga Bolsa de Valores de São Paulo), fechou o dia em alta de 0,17%, com 103.680 pontos. As ações preferencias da Petrobras (Petrobras PN N2) foram as mais negociadas do pregão e tiveram uma alta de 4,39%. As ações ordinárias da estatal (Petrobras ON N2) também fecharam em alta de 4,52%.
O oleoduto da Aramco, na Arábia Saudita, foi atacada por drones armados - REUTERS/Hamad I Mohammed/Direitos Reservados