Maduro volta a ameaçar prender líderes da oposição

2 MAI 2019 • POR Agência Brasil • 17h03

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a ameaçar com a prisão os líderes da oposição que insuflarem protestos contra seu governo. “Está dada a ordem. Aos traidores, deter. Aos golpistas, rechaçar e prender também. E às Forças Armadas, união. Coesão sob o mando supremo das leis e da Constituição”, declarou Maduro durante uma cerimônia na Academia Militar Bolivariana.

Segundo o governo, cerca de 4,5 mil oficiais e soldados participaram do ato Marcha pela Lealdade Militar à Pátria de Bolívar. No palanque, ao lado de Maduro, estavam o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, os comandantes das Forças Armadas e alguns chefes de unidades militares.

“Neste momento histórico, a lealdade é um valor coletivo que se exerce como Nação, como povo e como instituição para sermos cada vez melhores, mais honestos e eficientes, para elevar as Forças Armadas a um nível cada vez mais alto de profissionalismo, de eficiência militar. Para que, diante de seu poder dissuasivo, ninguém jamais se atreva a tocar nosso solo sagrado e trazer até nós a guerra”, disse Maduro durante o discurso transmitido em rede nacional. “Estamos em marcha permanente, a passo firme”, acrescentou.

Intromissão

Maduro voltou a criticar a intromissão de outros países em questões políticas internas, acusando-os de fomentar a polarização com o objetivo de iniciar uma guerra civil. “É preciso intervir para debilitar a Nação, destruir nossa Pátria”, declarou Maduro, classificando como “insensatez” o gesto da oposição que, na terça-feira (30), convocou à população a sair às ruas para pedir a saída do presidente do poder.

“Quanta destruição física e quantos anos duraria uma guerra de resistência se chegam a nos invadir porque nunca vamos nos render? Este não pode ser o futuro da Venezuela. O futuro da Venezuela tem que ser a paz, a prosperidade, o trabalho. Enfrentar as dificuldades que temos e superá-las uma hoje, outra amanhã, unidos. Sempre unidos”, acrescentou Maduro.

Protestos

Na última terça-feira (30), milhares de venezuelanos contrários e favoráveis a Maduro tomaram as ruas da capital, Caracas, e de outras cidades venezuelanas. De um lado, eles responderam às convocações do presidente eleito Nicolás Maduro. De outro, o chamado do presidente da Assembleia Nacional e autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó, que travam, nas redes sociais, uma disputa de narrativas.

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaido, conclama o povo a se manifestar contra o governo do presidente Nicolás Maduro - Reuters/Ivan Alvarado/Direitos reservadosO líder oposicionista venezuelano Leopoldo López abraça um apoiador durante manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro - Reuters/Carlos Garcia Rawlins/Direitos reservados