Moradores de Córrego do Feijão enterram vítimas e buscam por parentes

3 FEV 2019 • POR Agência Brasil • 18h07

Desde 2015, os 400 moradores do Córrego do Feijão, que fica perto de Brumadinho, não viam um enterro de alguém que vivia na pequena comunidade rural. Com o rompimento da barragem da mineradora Vale, são vários todos os dias. A abertura de mais covas é feita às pressas para realização dos sepultamentos no vilarejo, um dos mais atingidos pela tragédia.

Um dos enterros foi o da filha de Alzira Maia. Ela enterrou nesse sábado (2) o corpo da filha Cristina Cruz, que trabalhava na pousada soterrada pela onda de lama de rejeitos. "A minha esperança é que ela podia ter fugido. Não era a hora dela ainda", conta. "Pelo menos ela teve um enterro digno", diz. Cristina trabalhava na pousada há mais de dez anos e tinha uma filha e um filho.

Corpos de vítimas do rompimento da barragem são enterrados no cemitério do vilarejo de Córrego do Feijão - Rafael Calado/TV BrasilCemitério de Córrego do Feijão é ampliado - Rafael Calado/TV BrasilAlzira Maia perdeu a filha que trabalhava na pousada destruída e soterrada pela lama de rejeitos - Rafael Calado/TV Brasil