Educação superior privada

ARTIGO - Educação superior privada se posiciona para nova década no Brasil

9 NOV 2020 • POR Redação SpaceMoney • 13h22

Por César Silva*

A partir dos anos 2000 houve abertura do mercado para a movimentação de estabelecimentos de ensino superior, que se consolidaram em grandes grupos. Naquela época, o pontapé inicial para a primeira onda de aquisições foi dado pelo Laureate, que agora, ironicamente, fará de sua venda outro marco para outro importante movimento que delineará a próxima década da educação no Brasil.

De 2010 a 2019 é evidente um ajuste do setor em decorrência da falência das políticas públicas de acesso ao ensino superior, quando os números de ingressantes pelo Prouni e pelo FIES registraram queda exponencial. A saída para crescer foi uma segunda onda de fusões e aquisições. Na mira, faculdades, centros universitários e universidades de até 100 mil alunos. A partir de 2017, surgiu também a oportunidade de oferta mais significativa de Educação a Distância (EaD).

Desta forma, chegamos a 2020 com 8,5 milhões de alunos, dos quais cerca de 20%, ou 1,7 milhões estão matriculados em programas EaD. Mas a realidade estabelecida pela pandemia deixou claro que a modalidade online vai avançar mais rapidamente do que o previsto. Assim, em até três anos estima-se que 50% dos alunos obterão graduação pela internet. O que, por si só, define uma estrutura competitiva para a nova década baseada em recursos tecnológicos.

Isso, porém, não descarta a uma terceira onda de aquisições. Como já destacado, o Grupo Educacional Laureate, que ocupa o 4º lugar do setor em número de alunos, com mais de 270 mil matriculados, está à venda. O Grupo Ser Educacional, o 6º com 140 mil alunos; e a Ânima Educação, o 8º do ranking, com 100 mil inscritos; disputam os ativos.