demanda crédito

Enquanto a vacina não vem, a demanda por crédito já está imune à Covid-19

27 OUT 2020 • POR Breno Costa • 15h59

Após ter experimentado os mais diversos debates, envolvendo desde o lockdown vertical ou horizontal, passando pelo ‘usa’ ou ‘não usa’ das máscaras e pela ‘volta’ ou ‘não volta do home office’, parece que a solução definitiva para o retorno à normalidade só virá mesmo com o advento da vacina. Mas a economia não pode esperar enquanto a mãe de todas as polêmicas parece ter apenas se iniciado.

Por incrível que pareça, as notícias nesse sentido começam a ser animadoras para a indústria financeira. Enquanto as autoridades ainda discutem ‘se’, ‘quando’ e ‘qual’ vacina será utilizada, consumidores e instituições demonstram já terem absorvido as transformações trazidas pelo ‘novo normal’, no que se refere à demanda por crédito, e conseguem produzir uma movimentação parecida ou até, em alguns casos, superior ao que ocorria antes da chegada do vírus.

Um dos indícios dessa surpreendente retomada foi o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC), estudo que mede o número de solicitações de financiamentos mensais nos segmentos de varejo, bancos e serviços. Ao consolidar os resultados referentes ao mês de setembro, o trabalho concluiu que o acumulado dos nove meses pesquisados em 2020 já é 30% superior ao desempenho registrado antes da pandemia.

Em setembro, o destaque ficou com o setor de serviços, que liderou a demanda de crédito com um desempenho de 29%. No ano, o segmento está na dianteira da recuperação, apresentando um crescimento de 73%. Como segundo colocado desponta o segmento bancário, que avançou 30% de janeiro a setembro. O de varejo, por sua vez, está com um incremento de 12% no mesmo período.

Aliás, o destaque do setor de serviços pode ser lido como uma busca desse segmento por intensificar linhas de crédito para geração de receita mediante o cenário de crise. Existe uma clara tendência no mercado de verticalização de soluções para as respectivas cadeias produtivas.