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Por que a Selic impacta a Bolsa de Valores (e pode deixar o investidor confuso)?

20 OUT 2020 • POR Felipe Cavalcante • 19h15

No início de agosto, o Copom derrubou a taxa básica de juros (Selic) para 2%, chegando ao patamar mais baixo da história, com o objetivo de incentivar o mercado de consumo. Se, por um lado, o custo do crédito diminuiu e as pessoas possuem mais capacidade de compra, por outro, os investidores se veem cada vez mais obrigados a diversificarem seus investimentos e saírem da renda fixa. 

Dados da B3 já apontam tal cenário como uma realidade. Hoje existem cerca de 3 milhões de investidores inscritos na Bolsa, ou seja, um aumento de 68% em relação ao início de 2019. 

Apesar do vertiginoso crescimento, muita gente ainda continua com o patrimônio parado na conta ou aplicado em títulos que rendem migalhas. Já aqueles investidores mais informados e que costumam aplicar em fundos multimercados também perceberam que a maior parte de seus investimentos estavam em títulos públicos e, agora, objetivando a diversificação, pagam 20% dos seus lucros para quem conseguir entregar mais de 0,17% a.m. (taxa CDI mensalizada). Ou seja: se o gestor entregar mais de R$ 17 a cada R$ 10 mil reais investidos, ele fica com 20%, além dos 2% já cobrados. Obviamente, esse fundo tende a não valer mais a pena. 

Porém, antes de apresentar uma solução ao problema, vamos entender como a redução da taxa afeta seus investimentos. Já que a renda fixa sofre grandes impactos com a redução de juros, a alternativa mais comum a ser analisada passa a ser a renda variável. Como as ações da B3 são escolhas preferenciais, é importante notar que os investidores irão naturalmente para a Bolsa e, por ser um mercado precificado por oferta e demanda, os preços naturalmente tendem a subir possibilitando ganhos especulativos.