Fintechs

Fintechs impulsionam também outros players no mercado financeiro

31 AGO 2020 • POR Redação SpaceMoney • 19h15

Por Bruno Diniz*

O mercado financeiro brasileiro nunca esteve tão democrático quanto atualmente, sendo povoado por um número crescente de fintechs e novos entrantes de diferentes setores (que vão desde varejistas até empresas de telefonia). Isso se deve tanto aos avanços regulatórios recentes promovidos pelo Banco Central em prol do aumento de competitividade, quanto ao avanço tecnológico no setor, que presenciou que presenciou uma forte diminuição de custos na última década.

Por trás deste acelerado processo de surgimento de novos players no segmento financeiro, frequentemente se encontram os provedores de infraestrutura e de banking as a service (ou BaaS, como também são conhecidos). Assim, como o próprio nome sugere, essas empresas possibilitam a atuação de novos entrantes no mercado por meio de de prestação de soluções de tecnologia e de interface regulatória, sendo um grande atalho e, muitas vezes, a alternativa mais viável no ponto de vista de custo-benefício para quem quer começar a ofertar serviços financeiros.

Isso porque pode ser bem mais demorado e caro construir todo o aparato tecnológico dentro de casa e tirar as licenças específicas para rodar sua operação de "banco digital" do que terceirizar esse esforço para essas companhias especializadas. Suas soluções vão desde a emissão de cartões, criação e gestão de contas digitais, oferta de soluções de crédito, viabilização de estruturas de pagamentos (o que pode incluir a preparação para o novo sistema de pagamentos instantâneos, o PIX), dentre outros. As alternativas frequentemente são modulares e têm certo nível de personalização, o que também torna a oferta atrativa, além de comumente contarem com a expertise trazida por empresas que já viram todo tipo de potenciais problemas em suas diversas implementações.

Quer planejar melhor a sua vida financeira? Fale com um especialista SpaceMoney

O aquecido mercado de banking as a service e infraestrutura conta com empresas como a Conductor, Matera, Zoop, Banco Topázio, BBNK, SWAP, Bankly, Technisys, Qesh, dentre várias outras... E essa lista só aumenta.
Em uma guerra onde novos "bancos digitais" surgem de todos os lados, essas empresas poderiam ser comparadas aos vendedores de equipamentos, que proveem munição para que novos e diferentes guerreiros possam atuar no disputado campo de batalha dos serviços financeiros. Tratam-se de fintechs invisíveis para boa parte das pessoas, já que operam nos bastidores e têm atuação B2B realizando vendas de empresa para empresa).

Há hoje no mercado um movimento chamado embedded fintech (às vezes referido como embedded finance) que tem intensificado a busca por esses provedores. A expressão significa algo como "fintech incorporada", e na prática pode ser vista como um processo de "fintechzação" de uma empresa não financeira, que passa a ofertar produtos financeiros para a sua base de usuários, adicionando novas linhas de receita.

Fora do Brasil, esse movimento segue a todo vapor, e tem companhias como a Marqeta e a Galileo Tecnologies (sendo que essa última foi recentemente adquirida pela fintech SoFi) dentre alguns de seus principais nomes. A primeira atua viabilizando operações de empresas como a Instacart e a Square, e a segunda presta serviços para a Robinhood, Transferwise e Varo. Considerando as empresas citadas em seus portfólios, dá para perceber que as soluções ofertadas também compreendem a viabilização de novos produtos financeiros para fintechs já existentes, que buscam ampliar sua atuação à medida que avançam em seu processo de "rebundling".