quinta, 18 de abril de 2024
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XP: setor de serviços colhe frutos da reabertura econômica, com avanço da vacinação contra Covid-19

Os serviços prestados às famílias devem continuar na liderança da recuperação do setor terciário e do PIB total, segundo Rodolfo Margato

14 setembro 2021 - 11h30Por Redação SpaceMoney

As receitas reais do setor de serviços expandiram 1,1% entre junho e julho, após ajuste sazonal. O resultado veio em linha com a projeção da XP e a mediana das expectativas do mercado (1,0% e 1,3%, respectivamente).

Segundo Rodolfo Margato, economista da XP, em comparação a julho de 2020, a atividade de serviços registrou crescimento de 17,8%, enquanto as expectativas da XP eram de 17,7% e o consenso do mercado era de 18,0%

"Com isso, o faturamento real do setor expandiu 3,1% no trimestre móvel encerrado em julho, em comparação ao trimestre até abril, e 5,8% no acumulado dos últimos quatro meses (já descontados os efeitos da sazonalidade)", diz Margato.

De acordo com o economista, o maior destaque da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi a forte retomada dos serviços prestados às famílias (alta de 3,8% entre julho e junho e 38,5% desde abril), como reflexo dos avanços na vacinação contra a Covid-19 e reabertura da economia.

Neste sentido, os "serviços de alojamento e alimentação" cresceram 4,4% entre junho e julho (86,3% em relação a julho de 2020), levando a um crescimento acumulado de 42,3% desde abril (também com base na série dessazonalizada).

Margato avalia que os demais segmentos de serviços exibiram resultados modestos em julho.

Os agrupamentos de "serviços de informação e comunicação" (-0,4% m/m), "serviços de transporte e armazenagem" (-0,2% m/m) e "outros serviços" (-0,5% m/m) recuaram suavemente no mês, ao passo que os "serviços profissionais, administrativos e complementares" tiveram expansão moderada (0,6% m/m), puxados pelo crescimento dos "serviços técnico-profissionais" (4,4% m/m), segundo o economista.

Margato alerta que os dados trouxeram ainda números muito heterogêneos na mesma base de comparação.

O grupo de "serviços prestados às famílias" mostra receitas reais cerca de 23% abaixo dos patamares anteriores à eclosão da Covid-19, enquanto a categoria de "serviços de informação e comunicação" exibe faturamento real cerca de 10% acima.  

Segundo o economista, os serviços prestados às famílias devem continuar na liderança da recuperação do setor terciário (e do PIB total) nos próximos meses, em linha com os avanços adicionais na mobilidade e normalização das atividades econômicas, a continuidade dos pagamentos de auxílio emergencial e a recuperação (ainda que bastante gradual) do nível de emprego.

"Ademais, conforme temos argumentado, maior proporção do consumo das famílias vem sendo deslocada do mercado de bens (comércio) para o setor de serviços, movimento que deverá ser observado até o final deste ano", acrescenta.  

Por fim, a XP calcula que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) tenha subido 0,3% entre julho e junho, após ajuste sazonal (elevação de 4,9% ante julho de 2020).

Os resultados do IBC-Br em julho serão divulgados amanhã (14/09) pelo Banco Central.

A corretora projeta, ainda, crescimento de 0,8% para o PIB total no terceiro trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, após ajuste sazonal (aumento de 5,3% em comparação ao terceiro trimestre de 2020) e mantém a expectativa de alta de 5,3% para o PIB.

Com informações de Agência Fato Relevante.