sexta, 29 de março de 2024
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Qual título do Tesouro Direto devo comprar em 2021?

Há opções diferentes para cada objetivo e perfil de investidor

21 setembro 2021 - 13h25Por Carlos Borges

No Tesouro Direto, com apenas 50 reais, é possível aplicar seu dinheiro em algum programa de investimento, visando ao curto, médio e longo prazo. Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional, mais de 1,3 milhão de pessoas investiram no programa em 2020, sendo que 67% das aplicações até abril deste ano eram em média de 1 mil reais.

Emitidos pelo Tesouro Nacional, órgão do Governo Federal, os títulos do Tesouro Direto são considerados investimentos seguros. Como são emitidos pela entidade governamental, o risco de calote é praticamente nulo. 

Mas o que escolher no extenso “cardápio” do Tesouro Direto? No cenário atual, com inflação e juros em ciclo de alta, títulos atrelados ao IPCA e à Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, taxa Selic podem ser interessantes. 

“A curto prazo, o ideal é buscar o Tesouro Selic. Por ser prefixado, o título tem o menor risco possível e não está exposto às liquidações do mercado. Já pensando em médio e longo prazo, uma dica é o Tesouro IPCA + 2035. A grande questão é que todo mundo tem que pensar em juro real, que é a rentabilidade menos a inflação do período”, diz Abner Gonçalves, líder da mesa de renda fixa da Blue3, assessoria de investimentos vinculada à corretora XP.

As diferenças entre Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA

O Tesouro Direto disponibiliza três tipos de investimentos. São eles o Tesouro Selic, o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA.

O Tesouro Selic possui títulos pós-fixados, com rentabilidade atrelada à Taxa Selic, e é recomendado, segundo o site do Tesouro Direto, para objetivos de curto prazo e a formação de reserva de emergência.

Já nos títulos do Tesouro Prefixado, como o próprio nome diz, é possível saber, no momento de investir, quanto você receberá no vencimento da aplicação. Por isso, é indicado para estratégias de médio e longo prazos.

Por fim, o Tesouro IPCA está atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que funciona como uma proteção contra a inflação. Os títulos dessa modalidade são recomendados para o longo prazo e oferecem, no vencimento, rentabilidade composta pela inflação acumulada no período mais uma taxa prefixada.

Quais são os títulos oferecidos pelo Tesouro Direto?

Atualmente, existem dez tipos de títulos disponíveis no Tesouro Direto para aplicações financeiras. Eles são divididos entre os prefixados, Selic e IPCA+. Saiba, a seguir, quais são esses investimentos e qual a rentabilidade anual de cada um.

  • Tesouro Prefixado 2024: rentabilidade anual de 10,12%.
  • Tesouro Prefixado 2026: rentabilidade anual de 10,43%.
  • Tesouro Prefixado com juros semestrais de 2013: rentabilidade anual de 11,06%.
  • Tesouro Selic 2024: rentabilidade diária vinculada à taxa Selic + 0,1565%.
  • Tesouro Selic 2027: rentabilidade diária vinculada à taxa Selic + 0,2853%.
  • Tesouro IPCA + 2026: rentabilidade vinculada ao IPCA + 4,54%.
  • Tesouro IPCA + 2035: rentabilidade vinculada ao IPCA + 4,76%.
  • Tesouro IPCA + 2045: rentabilidade vinculada ao IPCA + 4,76%.
  • Tesouro IPCA + com juros semestrais 2030: rentabilidade vinculada ao IPCA + 4,67%.
  • Tesouro IPCA + com juros semestrais 2040: rentabilidade vinculada ao IPCA + 4,81%.
  • Tesouro IPCA + com juros semestrais 2055: rentabilidade vinculada ao IPCA + 4,88%.

A própria plataforma do Tesouro Direto disponibiliza um simulador para o investidor ter uma ideia de quanto seu dinheiro pode render dependendo de qual tipo de aplicação investir.

Cuidados que os investidores devem ter com o Tesouro Direto

Por ter um preço acessível para investir e estar quase certo de que as aplicações renderão frutos, muitos acreditam que é praticamente impossível “perder” dinheiro no Tesouro Direto. Mas se considerarmos que o ganho real de qualquer investimento é apurado depois de descontada a inflação do período, “perder” dinheiro é possível, sim.

Outro fator importante que pode resultar em “prejuízo” é resgatar a aplicação antes do previsto. Se isso ocorrer menos de um mês após a aquisição do título, por exemplo, será cobrada uma taxa de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O que é “marcação a mercado” e como isso pode afetar seu faturamento

Pode até parecer complicado, mas é relativamente simples saber se determinado título que você possui na sua carteira de investimentos representaria perdas se fosse resgatado antes do vencimento. Para isso, usa-se a “marcação a mercado” que é, simplesmente, a atualização diária do preço de um ativo de renda fixa. Esse indicador varia conforme o contexto econômico (inflação, taxa Selic, cenário político etc.), os valores emitidos pelas aplicações e a demanda por determinados ativos.

De acordo com Abner, da Blue3, "a marcação a mercado vai de acordo com o movimento da curva no futuro”. O executivo aponta que é importantíssimo o investidor compreender essas variáveis para não se surpreender negativamente com suas aplicações.

“É importantíssimo. Ou o investidor busca conhecimento sobre como funciona a marcação a mercado; ou contrata uma assessoria de investimentos. Essa leitura mais técnica é complicada de entender sozinho”, explica.