sexta, 29 de março de 2024
Aposentadoria e mais

Conheça os 3 principais riscos financeiros da sua vida e saiba como se proteger deles

Segundo planejador financeiro, todos deveriam se proteger em relação aos três principais riscos que nos acompanham ao longo da vida: viver muito, viver pouco e ficar inválido para gerar renda

24 dezembro 2021 - 11h11Por Laís Martins
AposentadoriaAposentadoria - Crédito: Pexels

Investir no longo prazo é uma boa estratégia e pode trazer excelentes retornos. É importante lembrar, porém, que antes de escolher ações, fundos de investimento ou títulos públicos, todos deveriam se proteger em relação aos três principais riscos que nos acompanham ao longo da vida: viver muito, viver pouco e ficar inválido para gerar renda. Você deve estar estranhando que estamos considerando a longevidade como um risco, contudo, na visão do CEO da SpaceMoney, Fábio Murad, viver muito se torna um risco a partir do momento em que a pessoa não se planejou para a terceira idade. “Se a pessoa não se planejar financeiramente, ela vai chegar aos 80 anos sem recursos suficientes para arcar com altos custos em medicamentos, planos de saúde, contas de água, luz, lazer e aluguel. Criar uma reserva de emergência e poupar para uma previdência privada são excelentes estratégias para contornar esse risco”, comenta Murad. O economista ainda pontua que para assegurar uma renda para sua família, em caso de morte precoce, ou para você mesmo, na hipótese de invalidez, os seguros de vida e invalidez podem ser uma boa solução. Para entender melhor como esses produtos funcionam, continue lendo esta SpaceDica.

O risco de viver muito

No Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é responsável pelos pagamentos das aposentadorias públicas e demais benefícios dos trabalhadores que contribuem para a Previdência Social. A prtir de 2022, segundo aprovado recentemente pelo orçamento do governo, o teto do benefício do INSS passará a ser de R$ 7.079,50. Segundo Fábio Murad, CEO da SpaceMoney, a quantia é insuficiente quando considerados os gastos básicos necessários na terceira idade. “Ao colocar todos os gastos, a conta não fecha. A realidade no Brasil é que a qualidade de vida da terceira idade cai muito e as pessoas passam a viver de caridade, da ajuda de parentes”, argumentou. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, 46% dos brasileiros aposentados dependiam de parentes para se manter. 28% dependiam de caridade, 25% continuavam trabalhando e apenas 1% conseguia se manter.

Soluções para os riscos

Os riscos de acabar dependendo de outros para sobreviver na velhice pode ser eliminado com a contratação de uma previdência privada. Contudo, isso precisa ser feito da maneira correta: escolher um produto com baixas taxas e boas performances. “Esse produto é bastante interessante porque a pessoa consegue fazer pequenos aportes mensais e, no futuro, resgatar um montante considerável para se manter em sua aposentadoria”, opinou Murad. Além disso, o especialista lembrou que todo plano de previdência possui uma data de saída. Essa data determina o final do investimento e quem a determina é a pessoa que contratou o determinado plano. Quando chega o dia dessa data de saída, a pessoa pode optar por três tipos de retirada: renda vitalícia, renda por prazo certo e renda por prazo certo reversível ao beneficiário. Resgate de forma vitalícia: essa alternativa permite que a pessoa receba em parcelas mensais o patrimônio que foi acumulado até o momento de sua morte. “Nesse caso, a pessoa recebe menos por mês porque as parcelas virão até o fim da vida”, observou Murad. Retorno com prazo certo: nessa modalidade o cliente determina por quanto tempo vai receber os aportes mensais. “Ele pode escolher receber por 10 anos,15 anos ou tempo que quiser e, assim, receberá uma quantia maior por mês”. Renda por prazo certo reversível ao beneficiário: essa última opção é interessante para quem possui dependentes, isso porque se a pessoa titular do fundo vier a falecer, quem passa a receber são os filhos ou o cônjuge.

Eliminando o risco de viver pouco

Pense na seguinte situação: você possui um filho de oito anos de idade e pretende garantir certa qualidade de vida a ele até os 21 anos. Contudo, você sofre um acidente e falece, deixando seu filho sem renda constante. “Esse cenário pode ser mais comum do que a gente imagina. Eliminar os riscos de deixar os dependentes sem alguma renda de garantia pode ser eliminado com um seguro de vida”, opina Murad. O seguro de vida é um produto pouco conhecido entre os brasileiros. Em 2018, uma pesquisa da universidade Oxford, mostrou que apenas 19% dos brasileiros possuíam seguro de vida. “Na minha opinião, esses números são bastante tristes porque esse produto é muito importante para as famílias. Um dos benefícios que eu posso listar é que o seguro não entra no inventário em caso de falecimento. Dependendo da seguradora, a cobertura do seguro cai na conta dos dependentes dentro de uma semana após a confirmação da morte”, explicou Murad. Para contratar esse produto é necessário entrar em contato com uma corretora de seguros. As seguradoras de qualidade fazem uma simulação específica para cada pessoa. Nessa simulação, são consideradas a renda mensal que a pessoa possui, os custos mensais e por quanto tempo a cobertura do seguro seria feita. Dessa forma, o valor da cobertura a ser recebida em caso de morte é determinada assim como o custo mensal do seguro. 

Como prevenir a invalidez para trabalhar

Assim  como o risco de viver pouco, a solução para se proteger da invalidez de trabalhar pode ser um seguro. “O seguro de invalidez faz a cobertura financeira para uma pessoa que se acidenta ou passa por algum problema de saúde que a deixa incapacitada para trabalhar. O interessante desse produto é que ele pode ser contratado por valores muito acessíveis. Há seguradoras que oferecem seguros com boa cobertura por apenas R$ 30 mensais”, finalizou Murad.

Como contratar o seguro ideal?

O seguro ideal e único não existe. É necessário correr alguns riscos. Assim como você já viu aqui na SpaceMoney, da mesma forma que os investimentos são indicados dependendo do perfil, os seguros e os planos de previdência serão determinados a partir da sua renda, do período de cobertura e se você possui dependentes ou não. Para encontrar a seguradora mais qualificada para a sua necessidade, é interessante falar com analistas e consultores financeiros para tal tarefa. “É muito importante ter auxílio de um profissional nesse processo porque às vezes a pessoa não sabe que o plano de previdência possui alternativas de saque quando chega ao fim. Além disso, esse profissional ajuda a calcular quanto deve ser a cobertura de um seguro”, explicou Murad. Geralmente, os bancos e as empresas oferecem seguros de vida aos clientes e funcionários. Contudo, muitas vezes, o oferecimento desse produto é feito apenas para cumprir uma meta do gerente. Muitas empresas o oferecem porque a lei determina que, para algumas profissões, o seguro é obrigatório. “Os seguros das empresas oferecem coberturas muito baixas. Se sua empresa lhe oferece um seguro de R$ 500 mil e você possui gastos mensais de R$ 10 mil, a sua cobertura dará para apenas quatro anos. Em quatro anos o seu filho talvez nem atinja a maioridade ainda”, argumentou Murad.