- Crédito: Marcelo Camargo/Agência BrasilPor Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com - A Via (SA:VIIA3) reportou resultados mistos do 3T21, com aceleração do crescimento do marketplace, mas um EBITDA ajustado abaixo do esperado, segundo a XP.
A corretora destaca que o GMV total da Via cresceu 5,8% na comparação com o 3T20, impulsionado pela alta anual de 9,6% no online, que compensou a queda de 14% nas lojas físicas. No entanto, essa compensação não ocorreu na receita, que caiu 6%, uma vez que as lojas físicas representam 60% desse indicador.
O que chama atenção no balanço da Via, porém, são as mudanças significativas em suas provisões trabalhistas, que com a sua nova política eleva as provisões em R$ 1,2 bilhões, para R$ 2,5 bilhões. O ajuste foi motivado pelo aumento de 32% no valor médio pago para os casos sentenciados em 2021 e pela alta de 82% no número de novas ações trabalhistas no 1º semestre de 2021.
Levando em consideração os ajustes por provisões trabalhistas no trimestre, o lucro bruto atingiu R$ 2,3 bilhões, uma queda de 1% na comparação anual, com margem bruta de 31%, um aumento de 150 bps. Porém, o BTG Pactual (SA:BPAC11) destaca que excluindo as provisões, o lucro líquido ajustado da Via atingiu R$ 101 milhões.
O BTG alerta que apesar dos sinais na frente operacional, qualitativos positivos, os resultados trimestrais mostraram perspectivas de curto prazo mais difíceis para varejistas expostos a eletrônicos e eletrodomésticos no Brasil por causa do impacto das pressões inflacionárias. A recomendação do BTG é de compra, com preço-alvo em R$ 21.
O Bank of America (BofA) também observa que embora a expectativa para o final de 2022, um ambiente econômico fraco e uma dinâmica competitiva de comércio eletrônico podem impactar o sentimento do mercado. Por isso, a sua recomendação para a Via é neutra, com preço-alvo em R$ 9.
Às 14h56, as ações da Via despencavam 10,21%, a R$ 6,33.