quinta, 25 de abril de 2024
Recuperação econômica

Recuperação econômica virá “fácil” com vacina, seriedade fiscal, diz CEO do BTG

24 novembro 2020 - 13h32Por Investing.com

Por Ana Carolina Siedschlag, da Investing.com - A recuperação da economia brasileira em 2021 “está fácil” de acontecer se a vacina contra a Covid-19 chegar ao país no primeiro trimestre e se o as autoridades mantiverem a responsabilidade fiscal e o compromisso com as reformas, disse o CEO do BTG Pactual (SA:BPAC11), Roberto Sallouti, nesta terça-feira (24).

Segundo o executivo, durante conferência da Money Week, o papel do atual patamar da taxa de juros no piso recorde e a sofisticação do mercado de capitais no país está sendo “subestimada” nas projeções de recuperação da economia. “A rapidez pode surpreender a todos. Com vacina e responsabilidade fiscal, como a votação do orçamento e a independência do Banco Central, o processo vai ser muito mais acelerado”.

Para ele, a pandemia foi responsável por intensificar o processo de revolução digital no sistema financeiro e por empurrar a taxa Selic ainda mais para baixo, forçando assim a uma procura por diversificação de investimentos. Esses dois legados da crise devem contribuir para uma evolução mais robusta do país a partir do ano que vem, disse.

Sallouti também citou o papel da sigla ESG nas empresas, que ganhou destaque em meio à crise sanitária global com o vírus. “As companhias que investiram nisso, que tiveram respostas fortes contra a pandemia, foram gratificadas e isso deve continuar assim”.

Papel dos grandes bancos

O CEO do BTG Pactual, o banco de investimento carioca com presença majoritária no digital, disse que, apesar das críticas dos meses iniciais da crise, de atrasos ou inexistência de empréstimos principalmente às pequenas e médias empresas, a atuação dos grandes bancos, do governo e do Banco Central “deu conta” do pior da pandemia.

“As críticas do empresário, de quem estava com o seu negócio em risco, são compreensíveis, mas o sistema financeiro foi muito mais parte da solução do que da crise”, disse.

Sobre o novo sistema de pagamentos do Banco Central, o Pix, Sallouti declarou já estar totalmente integrado às operações no BTG Pactual e que o mecanismo significa uma revolução na maneira como os brasileiros lidam com dinheiro e investimentos. “O pagamento do auxílio emergencial a 60 milhões de pessoas é um sinal de que a gente pode estar subestimando o acesso da população mais humilde à tecnologia. […] As agências [bancárias] não vão acabar em cinco anos, mas talvez em vinte isso aconteça”.

Veja os fatores que influenciam os mercados hoje