sexta, 19 de abril de 2024
Frigoríficos

XP reitera recomendações para BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3); veja quais são

Em geral, analistas veem o setor menos homogêneo, devido a um processo contínuo de diversificação geográfica e de proteínas, juntamente com incertezas relacionadas ao cenário econômico dos principais mercados

10 fevereiro 2022 - 08h46Por Redação SpaceMoney

Na quarta-feira (9), a XP publicou um relatório de análise com projeções para a temporada de balanços do quarto trimestre de empresas de frigoríficos do Brasil, com revisão de recomendações para as ações de BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3).

Em geral, analistas veem o setor menos homogêneo, devido a um processo contínuo de diversificação geográfica e de proteínas, juntamente com incertezas relacionadas ao cenário econômico dos principais mercados - o que adiciona complexidade à análise.

Na América do Norte, a demanda continua forte tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo, o que leva a uma visão positiva para o quarto trimestre e possivelmente de mais um recorde para a carne bovina, enquanto ainda positiva para a carne de aves, mas as margens devem se acomodar na carne suína.

Para 2022, a XP espera que os preços da carne diminuam, embora os indicadores de mercado mostrem resiliência positiva, mas as margens dos produtores continuam apertadas, então esperamos que os preços dos animais vivos aumentem e pressionem as margens do setor.

Na América do Sul, a produção do Brasil foi afetada pela proibição de exportação de carne bovina para a China, o que deve ter efeito negativo nas margens.

A Argentina manteve muitos cortes de carne bovina com preços congelados e restrição de volume nas exportações.

O Paraguai também foi afetado por uma maior disponibilidade de carne bovina brasileira em alguns mercados-chave (por exemplo, Chile).

O Uruguai, por outro lado, continua positivo com bom acesso à China e também devido aos preços mais altos dos EUA.

Para aves e suínos, em parte devido à recuperação das exportações, mas também devido a uma sazonalidade de consumo mais forte, a XP projeta um trimestre de melhora, porém, com a piora das safras de milho e soja no Sul do Brasil, analistas esperam outro movimento de pressão de preços e custos em 2022 - o que corrói as margens, uma vez que o repasse de preços deve ser desafiador devido à inflação persistente afeta os consumidores.

BRF

A XP reiterou recomendação neutra para os papéis de BRF (BRFS3), com preço-alvo de 30,40 - potencial de valorização de 25,57% sobre o preço atual (R$ 24,21).

Analistas estimam que a receita líquida cresça 13% a.a. no quarto trimestre, impulsionada por um aumento no preço médio de 13,0% (Brasil +9%, DDP Halal +20%, Exportações Diretas +36% e Ásia +4%).

Apesar do aumento relevante no faturamento consolidado, a XP projeta uma queda de 41,0% no lucro bruto da Ásia, impulsionado por pressões de custos persistentes, que analistas esperam compensar a expansão da margem de outras BUs, e leve a margem bruta consolidada a cair 120 bps no trimestre.

No entanto, a diluição das despesas de SG&A no Brasil, DDP Halal e Exportações Diretas podem elevar a margem EBITDA consolidada em 110 bps a.a., e levar a empresa a fechar 2021 com um EBITDA de R$ 5,9 bilhões.

JBS

A JBS (JBSS3) obtém recomendação de compra pela XP, com preço-alvo de R$ 51,80 - potencial de valorização de 35,71% sobre o preço atual (R$ 38,17).

Apesar de uma queda sequencial na carne bovina dos EUA devido à sazonalidade, analistas acreditam que a operação ainda pode surpreender com margens bem acima dos níveis históricos, enquanto esperam que a carne suína dos EUA continue em trajetória de recuperação na base de comparação anual.

Além disso, a XP espera que a PPC reporte um forte aumento a.a., tanto para as margens quanto para o faturamento.

Portanto, preveem que a receita líquida das operações dos EUA aumente 15% no comparativo anual (-10% T/T), enquanto esperam que as margens bruta e EBITDA aumentem 365 bps e 579 bps a.a., respectivamente (- 473 bps e - 233 bps T/T).

Para o Brasil, apesar dos impactos da proibição de importação de carne bovina da China, a XP espera que a receita cresça 21% a.a.

Apesar das melhores margens A/A e T/T para o Friboi, a Seara ainda está atrasada, na visão dos analistas, e por isso projetam margens praticamente estáveis para as operações no Brasil.

No total, a XP projeta bons resultados para o quarto trimestre, com receita líquida consolidada em alta de 22% a.a., enquanto a margem EBITDA deve aumentar 354 bps, e levar o EBITDA a crescer 68% no período entre outubro e dezembro.

Marfrig

A XP também reitera indicação de compra para Marfrig (MRFG3), com preço-alvo de R$ 34,80 - potencial de valorização de 55,77% sobre o preço atual (R$ 22,34).

Analistas veem as operações na América do Norte ainda fortes, com um forte aumento de 28% a.a. na receita líquida no trimestre, com margens bem acima dos níveis históricos (margem bruta e EBITDA de 22,0% e 19,1%, respectivamente, no quarto trimestre).

Para a América do Sul, a XP espera que um volume menor afetado negativamente pela proibição de importação de carne bovina da China seja mais do que compensado por preços mais altos e, portanto, estima um aumento de 25% a.a. (- 2% T/T) no faturamento.

No entanto, os custos mais altos devem continuar a afetar a operação e, portanto, a XP projeta que a margem bruta e EBITDA caiam significativamente 475 bps e 385 bps, respectivamente, no período entre outubro e dezembro.

No total, a XP estima que a receita líquida consolidada cresça 31% a.a. (+ 1% T/T) no quarto trimestre, com margens bruta e EBITDA em expansão de 336 bps e 853 bps a.a., respectivamente, impulsionadas pelas fortes operações na América do Norte.

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