sexta, 29 de março de 2024
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XP reitera recomendações de compra para Movida (MOVI3), Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3)

Analistas apostam que a redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados) deve ter um impacto ligeiramente positivo (embora pouco relevante) para as locadoras listadas em bolsa

07 março 2022 - 09h58Por Redação SpaceMoney

A XP reiterou suas recomendações de compra para Movida (MOVI3), Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3), com preços-alvo de R$ 26,00, R$ 68,00 e R$ 36,00, respectivamente, em um relatório onde analisa possíveis consequências da redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados) anunciada recentemente pelo governo.

A última vez que tal ato foi praticado foi em 2012, durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Na época, a alíquota do IPI foi reduzida a zero, o que gerou impacto significativo no preço dos carros e na depreciação das locadoras (a Localiza aumentou a depreciação em aproximadamente 7%, o que causou uma redução do lucro líquido de 2012 em aproximadamente 26%).

Desta vez, o governo reduziu a alíquota de IPI para carros em apenas aproximadamente 19%, portanto, espera-se que dessa vez o impacto na depreciação seja significativamente menor (algo em torno de 1,8% de depreciação ou 10% de impacto no lucro líquido de consenso da Localiza em 2022).

A XP ressalta que o aumento da depreciação não-caixa de curto prazo (com eventual impacto no fluxo de caixa quando os carros usados forem vendidos) deve ser compensado pelo benefício de comprar carros mais baratos por tempo indeterminado a partir de agora.

Analistas acreditam que isso alivia (ainda que parcialmente) o desafio que as locadoras enfrentam atualmente de repassar para o preço da locação os relevantes aumentos de preço do carro e juros mais altos.

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Eles mencionam que as análises acima explicadas foram realizadas sob uma premissa ceteris-paribus (ou seja, tudo mais constante). Como tal, elas desconsideram:

(i) o atual ambiente de alta elevada para os preços dos carros novos (os 1,8% de redução potencial no preço do carro causado pela redução do IPI que fora estimado pode facilmente ser compensado por um eventual aumento na tabela das montadoras, o que faria com que os preços finais apenas “subam menos”, mas não necessariamente caiam, e

(ii) consequências adicionais de eventuais reduções de preços dos carros novos (por exemplo, a concorrência pode forçar as empresas a repassarem às tarifas de locação o benefício da compra de carros mais baratos, com impactos incertos na demanda por aluguel e portanto nos níveis de retorno sobre o capital investido).

Por fim, a XP vê a redução na tributação (IPI) como um fator positivo para o setor de aluguel de carros, embora não o suficiente para impactar os resultados de forma significativa.

Analistas acreditam em um processo de normalização saudável do cenário atual atípico de restrição de aumento de capacidade (restrições de compra de carros novos), impulsionado principalmente pela forte demanda reprimida que vemos por locação de veículos (tanto no segmento de Rent-a-Car [Rac] quanto no de Gestão e Terceirização de Frotas [GTF]).