quinta, 25 de abril de 2024
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Lojas Quero-Quero (LJQQ3): ações caem 20% desde o início do ano, mas BTG mantém visão positiva

Analistas citam pressões inflacionárias e demanda mais fraca no período entre janeiro e março

03 maio 2022 - 09h50Por Redação SpaceMoney
Unidade da Lojas Quero-QueroUnidade da Lojas Quero-Quero - Crédito: Lojas Quero-Quero - Divulgação

Na noite de segunda-feira (2), a Lojas Quero-Quero (LJQQ3) reportou seus números financeiros referentes ao primeiro trimestre deste ano.

O BTG avalia que a empresa trouxe um conjunto fraco de resultados, impactado por pressões inflacionárias e demanda mais fraca entre janeiro e março. A companhia experimentou uma forte expansão em 2020 e no primeiro semestre do ano passado.

Houve também, de acordo com os analistas, a influência adicional sobre a divisão de serviços financeiros.

A receita bruta do varejo foi de R$ 441 milhões, impulsionada pela abertura de 75 lojas nos últimos 12 meses, parcialmente compensada por um queda de 1,5% no indicador SSS (em português, sigla para vendas mesmas lojas).

Na divisão de serviços financeiros, a receita bruta atingiu R$ 145 milhões.

A carteira de crédito totalizou R$ 637 milhões, 16% a/a, com empréstimos atrasados (90 dias) responsáveis por 10,9% da carteira.

As receitas de cartão de crédito aumentaram 8,4% a/a.

Após o 1T22, o BTG atualizou suas estimativas para a empresa (-2% em média para receita líquida e -8% para EBITDA nos próximos cinco anos vs. estimativas anteriores, com custo de capital próprio de 11,5% em USD vs. 9,0% anteriormente).

Com isso, resulta-se um novo preço-alvo de R$ 15,00 para final de 2022 (vs. R$ 19,00 anteriormente), e o BTG reitera o rating de compra.

A premissa de taxa de juros mais alta em relação ao modelo anterior impôs um grande efeito nas estimativas no curto prazo, dada a menor margem esperada no negócio de serviços financeiros (aproximadamente 25% das receitas e cerca de 40% do lucro bruto) e maiores resultados financeiros, que representaram a maior parte do preço-alvo e da revisão para baixo do resultado líquido.

Embora a ação tenha caído 20,90% no acumulado do ano, o BTG afirma que os resultados reforçam o cenário mais difícil do lado da demanda no curto prazo e os efeitos negativos sobre o negócio de financiamento ao consumidor da perspectiva de maior taxa de juros no Brasil, embora as inadimplências permaneçam sob controle, o que limita o potencial de altas nos próximos meses.

No entanto, do ponto de vista estrutural (e positivo), o BTG pontua que a LQQ combina um conhecimento local, um modelo de negócio que se encaixa bem com sua sólida expansão no interior (com concorrência menor) nos próximos anos, e uma execução comprovada que suporta um crescimento mais rápido.

Esse conjunto de fatores leva a um CAGR de LPA de 43% para 2022-26 e também apoia a visão construtiva de longo prazo dos analistas sobre o nome.