terça, 16 de abril de 2024
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Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) ou Via (VIIA3): qual ação escolher após os balanços?

Após as divulgações, o BB Investimentos produziu três relatórios distintos para cada um dos papéis

12 agosto 2022 - 12h30Por Redação SpaceMoney

Na quinta-feira (11), Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) divulgaram seus respectivos balanços referentes ao segundo trimestre deste ano.

Via (VIIA3) registrou lucro contábil de R$ 6 milhões no segundo trimestre, um recuo de 95,5% em relação ao informado um ano atrás (R$ 132 milhões).

Já o Magazine Luiza (MGLU3) reportou um prejuízo líquido de R$ 135 milhões no mesmo período - o que reverte o lucro de R$ 89,1 milhões apurado entre abril e junho retrasados.

A Americanas (AMER3), no mesmo intervalo, registrou um prejuízo líquido de R$ 98 milhões no segundo trimestre de 2022 - cifra 15,6% maior do que as perdas de R$ 85 milhões apuradas doze meses atrás.

Após as divulgações, o BB Investimentos produziu três relatórios distintos para cada um dos papéis. Vamos aos apontamentos:

Americanas (AMER3)

O resultado foi positivo. Na comparação anual, houve crescimento das vendas totais (GMV, na sigla em inglês), tanto no canal físico, quanto no canal on-line, apesar de uma contribuição negativa do 1P (on-line com estoque próprio).

Além disso, foi observado ganho de margem operacional em decorrência da captura das sinergias esperadas à época da combinação dos negócios físicos (Lojas Americanas) e digital (B2W Digital), que mantém uma situação de endividamento confortável.

Apesar do prejuízo, o BB destaca que este veio inferior às estimativas e que esperam uma reversão do resultado negativo acumulado do 1S22 até o final deste ano.

Para os analistas, a companhia ainda mostra sua força nas vendas e relevância do marketplace na composição do resultado, o que deve contribuir para um balanço positivo no acumulado de 2022.

Diante do preço corrente e potencial de upside frente ao preço-alvo para o final de 2022 (R$ 27,40), combinado com perspectivas positivas para o 2S22, analistas alteraram a recomendação para compra.

Magazine Luiza (MGLU3)

O resultado foi misto. Enquanto ainda observam um cenário macroeconômico pesado sobre as vendas de bens duráveis, que ocasiona retração das vendas nas lojas físicas e no 1P (venda on-line com estoque próprio), o marketplace ganha tração e a companhia tem sequencialmente recuperado margem operacional, apesar de ainda não ser suficiente para anular o impacto negativo da elevação da taxa de juros nas despesas financeiras e da posição de endividamento, o que derivou na contabilização de prejuízo no trimestre.

Os papéis MGLU3 acumulam alta de aproximadamente 16% nos últimos trinta dias, como reflexo de perspectivas positivas para o consumo a partir do 2S22 por ocasião do arrefecimento da inflação e proximidade do fim do ciclo de aperto monetário no Brasil, o que favorece tanto companhias expostas ao consumo de bens duráveis, como aquelas cuja tese de investimentos contempla forte crescimento, como o caso de Magazine Luiza.

O BB compreende que, apesar de a companhia ter apresentado prejuízo no 2T22, esse resultado já estava incorporado na avaliação, diante do cenário desafiador que a companhia passou no 1S22.

Contudo, para os analistas, a empresa mostrou que tem feito a “lição de casa”, o que resultou na melhora tanto das margens operacionais, quanto da geração de caixa operacional, o que nos sinaliza boas perspectivas à frente.

Por essa razão, o BB elevou a recomendação para compra, com manutenção do preço-alvo para o final de 2022 em R$ 4,40, até incorporarem o resultado do 2T22.

Via (VIIA3)

O resultado foi misto. Apesar de a companhia apresentar crescimento de vendas nas lojas físicas, fortes margens operacionais e lucro líquido mesmo com um panorama difícil para o consumo doméstico, ao BB gera desconforto as quedas bruscas observadas no canal on-line, tanto 1P (estoque
próprio), quanto no marketplace (estoque de terceiros), que sugere que a varejista ainda não conseguiu achar um equilíbrio na dinâmica de vendas entre os seus canais e que, caso esse equilíbrio seja atingido ao longo dos próximos trimestres, isso pode vir a comprometer as margens ora apresentadas.

Diante da incerteza quanto ao reequilíbrio dos canais de vendas da Via e a forma como isso pode impactar as margens operacionais, analistas optaram por se manter mais conservadores com a recomendação neutra e preço-alvo para o final de 2022 em R$ 4,10, até incorporarem os resultados do 2T22.

Tags: AMER3, MGLU3, viia3