sexta, 19 de abril de 2024
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Alliar (AALR3), Fleury (FLRY3), Hypera (HYPE3) e mais: o que a XP espera dos balanços 1T22?

Trimestre deve ser marcado por falta de grandes surpresas, sem impactos signifcativos para laboratórios e empresas de indústria farmacêutica

26 abril 2022 - 12h58Por Redação SpaceMoney
 - Crédito: Pixabay

A temporada de balanços referente ao primeiro trimestre de 2022 já começou.

Usiminas (USIM5) e Santander (SANB11) foram as primeiras empresas a divulgarem seus resultados sobre o período de janeiro a março deste ano. Neoenergia (NEOE3) informa seus números ainda hoje (26) após o fechamento de mercado.

Esse momento cercado de tantas expectativas demanda análises prévias acerca das expectativas do mercado financeiro para os balanços.

Para as empresas dos segmentos de medicina diagnóstica e indústria farmacêutica, o analista Rafael Barros, da XP Investimentos, afirma que devemos esperar um trimestre sem grandes surpresas.

Barros diz que a Covid-19, o principal tema para as empresas de saúde ao longo dos anos de 2020 e 2021, parece não mais apresentar impactos significativos para os laboratórios e empresas de indústria farmacêutica.

No entanto, o analista pontua que a curta onda de infecções durante o período de festas proporcionou um leve impacto sobre a demanda por exames e por remédios contra gripe no primeiro trimestre.

Veja a análise da XP para as seguintes empresas: Alliar (AALR3), Blau (BLAU3), Fleury (FLRY3), Hypera (HYPE3) e Pardini (PARD3).

Alliar (AALR3)

A XP espera uma receita estagnada (-3% A/A; +3% T/T), com ligeira recuperação ano a ano na demanda por exames de ressonância magnética, que foi compensada por uma queda na demanda (em base relativa) por análises clínicas e testes de Covid-19.

Analistas estimam que a margem EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustada cresça 5,9p.p. A/A, embora não o suficiente para garantir um lucro líquido positivo.

A XP ressalta que a empresa foi alvo de uma oferta de aquisição que acabou sendo aceita por seus acionistas controladores, os quais receberão R$ 20,7 por ação.

A Alliar anunciou este mês que a transação vai acionar o mecanismo de tag-along (garantia de venda das ações) e, portanto, a XP não espera que o preço das ações reflita os fundamentos da empresa.

A XP mantém recomendação neutra para AALR3, com preço-alvo de R$ 10,00 (potencial de desvalorização de 49,29% sobre o preço atual).

Blau (BLAU3)

A XP estima que a Blau apresente uma queda na receita líquida (-5% A/A; -12% T/T) como resultado da escassez de imunoglobulina, que foi parcialmente compensada por um aumento nas entregas de alfapoetina.

Analistas esperam que a margem EBITDA aumente 10,3 p.p. A/A, para 36,4% (-3,0 p.p. T/T) devido a:

(i) câmbio, dado que alguns dos custos da operação são em dólar, e

(ii) um mix de receitas com maior participação de alfapoetina.

Por outro lado, os instrumentos de hedge da empresa combinados com o câmbio podem resultar em maiores despesas financeiras, o que pressiona os resultados. A XP projeta um lucro líquido de R$ 58 milhões (-32% A/A; +12% T/T).

A XP mantém recomendação de compra para BLAU3, com preço-alvo de R$ 64,00 (potencial de valorização de 152,07% sobre o preço atual).

Fleury (FLRY3)

Fleury deve apresentar um aumento de receita de 19% A/A (+5% T/T), segundo a XP, impulsionado principalmente por:

(i) testes de Covid-19 e

(ii) aquisições fechadas nos últimos 12 meses.

Em relação à margem EBITDA, analistas projetam uma queda de 2,6 p.p. A/A (+3,6 p.p. T/T) devido a uma mudança de mix, dado que a vertical de novos negócios da empresa gera margens menores.

Por fim, estimam um lucro líquido de R$ 101 milhões (-15% A/A; +43% T/T), impactado negativamente pelo endividamento líquido da empresa (R$ 1,4 bilhão ao final do 4T21 considerados os arrendamentos) combinado a altas taxas de juros.

A XP mantém recomendação neutra para FLRY3, com preço-alvo de R$ 29,00 (potencial de valorização de 84,95% sobre o preço atual).

Hypera (HYPE3)

Como a sazonalidade desempenha um papel importante para o segmento de indústria farmacêutica para o varejo ao longo dos primeiros trimestres, a XP espera que a Hypera apresente melhorias sólidas em relação ao ano anterior, mas bem abaixo dos números do 4T21.

A receita líquida deve crescer +26% A/A, principalmente devido ao sólido desempenho dos medicamentos contra a gripe e aquisições realizadas.

Analistas projetam que a margem EBITDA ajustada aumente 3,5p.p. A/A dado que a diluição das despesas de vendas deve mais do que compensar a inflação de custos.

Com relação ao lucro líquido, as altas taxas de juros combinadas ao atual endividamento líquido da empresa (R$ 4,6 bilhões ao final do 4T21 considerados os arrendamentos) podem comprometer as melhorias operacionais, e assim resultar em lucro estável em relação ao ano anterior.

A XP mantém recomendação de compra para HYPE3, com preço-alvo de R$ 48,00 (potencial de valorização de 28,55% sobre o preço atual).

Pardini (PARD3)

A XP espera que o Pardini apresente números sólidos de receita, com alta de 10% A/A (+9% T/T), impulsionada principalmente por:

(i) testes Covid-19,

(ii) aquisições fechadas recentemente,

(iii) aumentos de preços e

(iv) a frente de toxicologia – que deve ser um driver de crescimento especialmente na base A/A.

Analistas esperam que a margem EBITDA seja de 24,2% no trimestre (+2,0p.p. A/A; +3,5p.p. T/T) principalmente devido a alavancagem operacional e consequente diluição de custos e despesas.

A XP estima um lucro líquido de R$ 54 milhões (+7% A/A), dado o endividamento controlado da empresa em meio ao ciclo de alta de juros. E mantém recomendação neutra para PARD3, com preço-alvo de R$ 21,00 (potencial de valorização de 16,86% sobre o preço atual).