sexta, 29 de março de 2024
Micro e pequenas empresas

PMEs dos setores de Comércio e Serviços cresceram 11,7% e 13,5%, respectivamente

Os números são do Índice Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMES) que, por outro lado, aponta fraco desempenho dos setores Agropecuário e Indústria

27 janeiro 2022 - 18h00Por Redação Spacemoney

As receitas da Pequenas e Médias Empresas (PMEs) de comércio e serviços subiram, respectivamente, 11,7% e 13,5% em 2021 em relação ao ano anterior. Os números são do Índice Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMES) que foi lançado nesta quinta-feira (27), pela Omie, startup que de softwares de gestão em nuvem.

Por outro lado, as receitas das PMEs ligadas à agropecuária caíram 10,7% e à Indústria, 5,9%, na mesma base comparativa. As de Infraestrutura registraram leve baixa de 0,3%. Segundo a Omie, esses desempenhos limitaram o resultado consolidado do índice, que fechou praticamente estável no passado ao cair 0,1% ante 2020.

O bom desempenho dos setores de comércio e serviços é atribuído ao avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil e a reabertura da economia. Os especialistas explicam ainda que em um ano desafiador para o ecossistema empresarial, a atividade econômica ganhou fôlego no segundo semestre de 2021.

Ao levar em consideração as regiões do País, o desempenho das pequenas e médias empresas em 2021 foi fraco no Sudeste (0,1%) e Nordeste (-2,9%). Mas a movimentação financeira real desses negócios avançou no Sul (+4,0%), Centro-Oeste (+2,6%) e Norte (+1,8%).

2022

Apesar dos efeitos mais duradouros da pandemia sobre a economia brasileira, as projeções do IODE-PMEs apontam um avanço de 1,2% em 2022. “O cenário tem como base a perspectiva de continuidade da retomada que vem sendo observada no mercado de trabalho, viabilizada pela reabertura da economia com o avanço da vacinação contra a covid-19 no país, além da projeção de maior controle da inflação frente ao observado no ano anterior”, afirma Felipe Beraldi, especialista de Indicadores e Assuntos Econômicos da Omie.

Durante o início da pandemia e, sobretudo em decorrência do período de maior isolamento social, foi observada uma migração da demanda das famílias de serviços para bens. Como já vistos os primeiros indícios no decorrer do segundo semestre de 2021, a perspectiva é de que haja uma retomada da demanda por serviços, considerando as menores restrições observadas na economia, além da continuidade do crescimento do setor de Comércio – ainda que em menor intensidade. As perspectivas também são positivas para o setor Agropecuário, diante da expectativa de recuperação das safras agrícolas, após os efeitos adversos da crise hídrica em 2021.

Por outro lado, a recente subida da taxa Selic pelo Banco Central - justamente para conter as pressões inflacionárias - tende a atenuar os efeitos positivos esperados sobre as atividades das PMEs neste ano, sobretudo por encarecer o crédito e prejudicar os investimentos na economia de modo geral. Neste contexto, como destaques setoriais negativos para 2022, o índice elenca novamente a Indústria – que deve continuar sofrendo no início do ano com o desbalanceamento das cadeias produtivas globais – e, em particular, o segmento de Construção (que integra o setor de Infraestrutura).

Em um ambiente com juros mais elevados e a economia ainda em incipiente recuperação das últimas grandes crises vividas no Brasil (2015-16 e 2020), é fundamental, aponta a Omie, que haja programas de suporte aos microempreendedores e às empresas de pequeno porte – as quais se configuram como importante força motriz da economia brasileira. Nesse sentido, ganham relevância para incentivar o desempenho das PMEs neste ano os debates em torno dos programas de renegociação de dívidas de empresas do Simples Nacional, assim como medidas de incentivo ao crédito.