sexta, 19 de abril de 2024
Indicador Econômico

Inflação continuou maior para as famílias de menor renda em agosto, diz Ipea

Inflação das famílias de renda baixa e muito baixa foi de 0,91% em agosto, enquanto a das famílias de renda mais alta ficou em 0,78%

15 setembro 2021 - 11h18Por Redação SpaceMoney

O Indicador de Inflação por Faixa de Renda, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontou que, enquanto a inflação das famílias de renda baixa e muito baixa registrou alta de 0,91%, a das famílias no segmento superior de renda apresentou variação mais amena, de 0,78%, em agosto.

O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro. Segundo o material, o grupo de alimentação foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária das famílias dos três segmentos de renda mais baixa.

Já para as três faixas de renda mais alta, o maior impacto veio do grupo de transportes.

Para as famílias com menor renda, mesmo diante de uma deflação em itens importantes como arroz (-2,1%), feijão (-1,7%) e óleo de soja (-0,4%), os aumentos de preços das proteínas animais, especialmente do frango (4,5%), dos ovos (1,6%), da batata (20%), do açúcar (4,6%) e do café (7,6%) explicam a pressão inflacionária que vem dos alimentos.

Já a alta inflacionária do grupo de transportes deve-se aos reajustes de 2,8% da gasolina e de 4,7% do etanol, combinados com a alta nos preços dos automóveis novos (1,8%) e dos serviços de aluguel de veículos (6,6%), mesmo com a queda de 10,7% das passagens aéreas.

O grupo de habitação foi o terceiro que mais influenciou todas as faixas de renda, puxado pelos reajustes de 1,1% da energia elétrica, de 2,7% do gás encanado e de 2,4% do gás de botijão

Segundo o Ipea, as famílias de renda baixa e média baixa são as que apresentam as maiores taxas de inflação (5,9%) no acumulado do ano.

Os dados acumulados em doze meses mostram que, apesar da aceleração inflacionária generalizada, a taxa de inflação das famílias de renda muito baixa (10,63%) mantém-se em patamar acima da observada na faixa de renda alta (8%), pressionada pelas variações de 16,6% dos alimentos no domicílio, de 21,1% da energia elétrica, de 31,7% do gás de botijão e de 5,6% dos medicamentos.

Já para as famílias de renda mais alta, além dos reajustes de 41,3% dos combustíveis, de 30,2% das passagens aéreas e de 12,4% dos aparelhos eletroeletrônicos em 12 meses, a recente recuperação dos preços dos serviços de recreação, cuja alta em doze meses passou de 0,07% em janeiro para 5,3% em agosto, explica grande parte da aceleração inflacionária.

Com informações da Assessoria de Imprensa e Comunicação do Ipea.