quinta, 25 de abril de 2024

Ibovespa bate novo recorde com 98.588 pontos após vazamento sobre reforma da Previdência

05 fevereiro 2019 - 11h18Por Angelo Pavini

O Índice Bovespa, principal indicador de desempenho das ações negociadas na bolsa B3, bateu hoje mais um recorde nominal ao encerrar o dia em 98.588 pontos, alta de 0,74% em relação ao pregão anterior. O recorde anterior, de 97.861 pontos, foi registrado na sexta-feira, 1º de fevereiro. O mercado brasileiro acompanhou a melhora das bolsas em Nova York, que também terminaram o dia em alta, e as notícias sobre a reforma da Previdência. Em sua mensagem ao Congresso na abertura dos trabalhos deste ano, o presidente Jair Bolsonaro, que segue internado em São Paulo se recuperando da cirurgia do intestino, a reforma da Previdência será prioridade. Ao mesmo tempo, vazamentos de informações sobre o projeto de reforma animaram os investidores.

Idade mínima de 65 anos e benefícios abaixo do mínimo

Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, a proposta a ser encaminhada ao Congresso será muito mais profunda que a feita no governo Michel Temer, incluindo idade mínima de 65 anos para homens e mulheres, um gatilho para elevar a idade mínima de 4 em 4 anos e a destinação de parte do FGTS para pagamento de benefícios. O regime próprio dos servidores teria contribuições complementares e o tempo mínimo de contribuição pode ser de 20 anos, com limites para acumulação de pensões. Políticos teriam que cumprir idade mínima de 65 anos e pedágio de 30%. Haveria mudanças ainda no abono para quem ganha até dois salários mínimos e nos benefícios assistenciais, o Loas, com a redução dos benefícios para deficientes e idosos. O tempo de contribuição para obter o benefício máximo subiria de 35 para 40 anos. 

Representantes do governo se apressaram a informar que as propostas ainda não estão fechadas, e que terão de ser aprovadas pelo presidente Jair Bolsonaro. Mesmo assim, o mercado se animou e atingiu novo recorde, com o quinto pregão seguido de alta, destaca Álvaro Bandeira, da corretora ModalMais.

Vale sob pressão por Brumadinho

A pressão negativa sobre o Ibovespa veio novamente das ações da Vale, com maior peso no índice. O papel fechou em queda de 3,4%, depois de perder mais de 5%, após o Ministério Público de Minas Gerais ter conseguido na Justiça a proibição do uso de oito barragens, incluindo a da mina de Brucutu, responsável por 7% da produção de minério de ferro da Vale. A empresa diz que tem relatórios que garantem a segurança das barragens e que vai recorrer da decisão. As ações chegaram a ser suspensas durante a tarde para a divulgação do fato relevante da mineradora.

Gol sobe 8%

As maiores altas do Índice foram das ações preferenciais (PN, sem voto) da Gol, com 8,27%, por conta de comentários sobre a possibilidade de o governo de São Paulo reduzir o ICMS sobre o querosene de aviação. Santander Unit subiu 3,26%, Marfrig ON, 3,12% e Engie Brasil, 2,74%. As maiores quedas do índice foram das ações ON, com voto, da Vale, seguidas das PN da Bradespar, com 2,71%, Cielo ON, com 2,58% e Eletrobras ON, com queda de 2,10%.

Itaú sobe 2,3% e divulga lucro de R$ 6,5 bilhões

Entre os papéis mais negociados, os bancos foram destaque, com as ações preferenciais do Itaú Unibanco ganhando 2,27%. O banco divulgou um lucro recorrente, sem eventos extraordinários, de R$ 6,478 bilhões, 3,1% superior ao do mesmo período do ano passado, atingindo R$ 25,733 bilhões no ano de 2018, 3,4% maior que em 2017. O retorno sobre o patrimônio foi de 21,8% ao ano no trimestre e de 21,9% no ano. As ações do Bradesco também subiram, 2,17%.

Europa e Brexit

Na Europa, as bolsas fecharam em queda na Alemanha (o,04%) e na França (o,38%) e em alta em Londres (0,20%), novamente com notícias ruins relacionadas ao Brexit. Hoje, a chanceler alemã Angela Merkel disse não haver condição de renegociação dos termos do acordo. Mas que poderiam trabalhar alternativas para as fronteiras da Irlanda. Postura idêntica teve o principal negociador pela União Europeia, Michel Barnier.

EUA em alta com resultado da Alphabet

Já nos EUA, os dados econômicos indicam que o crescimento acelerado da economia não está pressionando a inflação no momento. O índice de condições empresariais de Nova York cedeu para 63,4 pontos em janeiro e as encomendas à indústria em novembro encolheram 0,6%, quando o esperado era alta de 0,1%. O Índice Dow Jones fechou em alta, de 0,70%, e o Standard & Poor’s 500, de 0,68%, enquanto o Nasdaq ganhou 1,15%. O mercado ficou na expectativa do resultado da empresa controladora do Google, a Alphabet, que saiu depois do fechamento. A empresa atingiu as projeções do mercado, mas mesmo assim o papel caiu 2% no after market. A empresa divulgou um lucro no quarto trimestre de US$ 8,95 bilhões, ou US$ 12,77 por ação, comparados a um prejuízo de US$ 3,2 bilhões no mesmo período do ano passado. A projeção do mercado era de lucro de US$ 10,86 por ação.  Na Venezuela, o presidente Maduro vai perdendo apoios e Juan Guaidó vai sendo reconhecido como presidente interino, destaca Bandeira. Em poucos dias, Áustria, Reino Unido, Espanha, França, Suécia e Alemanha; reconheceram Guaidó. Na agenda de amanhã, a expectativa é com as vendas de veículos de janeiro da Fenabrave e o PMI da atividade de serviços. Nos EUA, o saldo da balança comercial de dezembro e PMI da atividade de serviços, avalia Bandeira.   O post Ibovespa bate novo recorde com 98.588 pontos após vazamento sobre reforma da Previdência apareceu primeiro em Arena do Pavini.