quinta, 25 de abril de 2024
construção civil São Paulo

Falta de equipamentos evidencia aquecimento do setor imobiliário em São Paulo

27 fevereiro 2020 - 11h00Por Felipe Bevilacqua

O aquecimento de lançamentos imobiliários na capital paulista começa a se refletir na falta de equipamentos de obras para locação, refletindo em aumentos de preços, que chegam a 60 por cento, em alguns casos. Ainda não há expectativa de atrasos de obras, mas está mais difícil conseguir alugar equipamentos de fundação já que houve queda na procura e consequente redução na oferta de máquina durante a recessão. Desde o fim de 2018, o setor tem apresentado crescimento expressivo no volume de projetos lançados, principalmente para a média e média-alta renda, em resposta à demanda represada, à queda dos juros e à perspectiva de retomada da expansão econômica. Em função da diminuição da quantidade de máquinas e da recuperação do mercado imobiliário, as locadoras não estão conseguindo atender de pronto as construtoras. “A frota de plataforma de elevação, que até 2013 era de 36 mil equipamentos no Brasil, hoje está em 28 mil unidades”, diz Gustavo Faria, presidente para a América Latina da fabricante de equipamentos da Terex. Segundo o diretor técnico da Trisul, Roberto Pastor, já começam a faltar gruas basculantes, cremalheiras e alguns equipamentos para fundação, principalmente para a capital paulista. Trata-se de cenário que não era visto desde 2014. Os lançamentos imobiliários do ano passado começarão a ser construídos em 2020 e a falta de equipamentos em São Paulo é um sinal claro de aquecimento e retomada do setor de construção civil no Brasil. Fora os projetos residenciais, 2020 deve ser marcado pelas muitas obras de infraestrutura. Dessa forma, além do bom momento das construtoras e incorporadas, as empresas de materiais de construção e siderurgia são as próximas da fila. Entre as siderúrgicas, esperamos que Gerdau seja a mais beneficiada por fabricar o aço longo (vigas e vergalhões) que realmente é utilizado na construção civil diferentemente da Usiminas e CSN que fabricam o aço plano utilizado em carros. Além disso, Mills (MILS3) é outra empresa que deve se beneficiar. A empresa é uma das maiores prestadoras de serviços especializados de engenharia no Brasil e líder no fornecimento de formas de concretagem, estruturas tubulares e locação de equipamentos motorizados.