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De apps à construção de casas: conheça casos de sucesso na captação de recursos via crowdfunding

11 novembro 2020 - 16h40Por Redação SpaceMoney

Transparência, facilidade e rapidez são alguns dos atrativos de uma modalidade de financiamento para empresas que cresceu muito nos últimos anos: o crowdfunding de investimento. Entre 2016 e 2019, o número de plataformas que oferecem a modalidade passou de quatro para 26, um aumento de 607%, de acordo com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM), que regulamenta esse mercado.

Para quem investe no financiamento coletivo, é possível encontrar ofertas de debt crowdfunding, uma espécie de "empréstimo" no qual o valor investido é devolvido após um determinado tempo, com rentabilidade superior a investimentos similares; já na modalidade de equity crowdfunding são oferecidas participações societárias em empresas, o que pode gerar lucros a partir de suas valorizações. 

Essa perspectiva, além da possibilidade de apoiar o crescimento de empresas inovadoras, impulsionou esse mercado no Brasil: segundo a CVM, nos últimos três anos o total captado com ofertas do tipo passou de R$ 8,342 milhões para R$ 59,043 milhões.

Mas e para as empresas que captam recursos por meio de crowdfundings, quais são as vantagens? Conheça abaixo cases de sucesso e descubra porque cada vez mais fintechs e startups apostam nessa modalidade de financiamento para executar ou acelerar seus planos de negócios.

A maior rodada de captação do Brasil

Conectar investidores pessoas físicas a empresas que buscam financiamento, prática conhecida como peer to peer lending, é o modelo de negócio da Mutual. Em junho de 2019, a fintech captou R$ 4 milhões na maior captação individual da modalidade de equity crowdfunding no Brasil, segundo a própria empresa.

Uma das primeiras empresas desse ramo no país, a Mutual buscou o financiamento para quintuplicar o número de usuários em sua plataforma: o objetivo era sair dos 200 mil que já existiam na época do financiamento para 1 milhão. Outra meta é adquirir a autorização do Banco Central (BC) para atuar como Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP).

Para a Mutual, a escolha da modalidade combinou com seu objetivo de democratizar o acesso ao crédito. Fabrício Sanfelice, um dos sócios, afirmou, em entrevista ao portal StartSe, que “normalmente, esse tipo de oferta de investimento fica restrito a bancos, a fundos de venture capital e a grandes investidores”.

Em abril, após o início da pandemia de covid-19, a Mutual passou também a oferecer crédito para microempreendedores individuais (MEIs) e autônomos. A iniciativa, que conta com juros de 1% ao mês, tem o objetivo de incentivar o investimento nas pequenas empresas.

Sucesso motiva nova captação

Voltado exclusivamente para o público feminino, o Lady Driver é um aplicativo de transportes criado em 2017. No ano passado, em sua primeira rodada de equity crowdfunding, a empresa levantou R$ 2,5 milhões com 800 investidores. Na época, o objetivo da captação era expandir os serviços do aplicativo, que atingiam 32 mil motoristas e 500 mil passageiras na cidade de São Paulo.

Além disso, os recursos também se destinariam a investimentos em tecnologia e ações de marketing para atrair usuários. O plano deu certo: neste ano, de acordo com dados do portal InvestNews, o aplicativo conta com cerca de 1,3 milhões de passageiras e 58 mil motoristas.

Motivada pelo sucesso da primeira captação e com planos de expandir seu alcance para 50 cidades nos próximos dois anos, além de oferecer serviços para o transporte de crianças e adolescentes, a empresa realizou outra rodada de crowdfunding entre maio e agosto de 2020. Dessa vez, foram arrecadados cerca de R$ 1,22 milhões com 301 investidores.

Setor imobiliário também utiliza a modalidade

Não são só as fintechs e startups de tecnologia que se beneficiam com financiamentos via crowdfunding. A plataforma Investweb, por exemplo, oferece o segmento de investimentos também para o setor imobiliário.

No final de 2019, a plataforma captou R$ 851 mil para a construção de 16 casas geminadas no empreendimento Residencial Marquês de La Colina, em Santa Catarina. Os investidores foram atraídos por uma rentabilidade mínima de 150% do CDI e prazo de retorno de 24 meses.

Em 2020, a Investweb realizou uma nova rodada de investimentos, dessa vez com a meta de obter R$ 300 mil para a construção de mais quatro casas no local. A promessa de retorno aumentou e, na ocasião, com os mesmos 24 meses de retorno, a rentabilidade subiu para 300% do CDI.