quinta, 25 de abril de 2024

BTG reduz em 44% projeção de lucro em 2020 das empresas listadas

19 maio 2020 - 19h37Por Investing.com
Por Gabriel Codas Investing.com - Em meio ao cenário turbulento causado pela pandemia do coronavírus, o BTG Pactual (SA:BPAC11) divulgou, nesta terça-feira, relatório reduzindo as estimativas para os lucros das empresas brasileiras listadas na bolsa em 44% e em 19% para os anos de 2020 e 2021, respectivamente. O levantamento exclui os resultados da Petrobras (SA:PETR4) e Vale (SA:VALE3), e a comparação é relação à estimativa anterior da equipe de pesquisa de ações. Já as estimativas de ganhos para empresas que vendem basicamente no mercado interno foram reduzidas em 34% e 19% para 2020 e 2021. O documento lembra que na última edição da análise de resultados consolidados, de janeiro, os analistas projetavam um crescimento de 20% nos lucros, sendo 18% para as companhias que atuam no mercado local. Com os cortes de estimativas, provavelmente os mais agressivos de todos os tempos, a equipe agora modela que os lucros consolidados (excluindo Petrobras e Vale) devem declinar 34% em 2020 e subir 57% em 2021, sendo que na comparação de 2021 e 2019 indica um crescimento de 4%. Para as empresas que vendem no mercado interno, os lucros consolidados devem cair 23% em 2020 e aumentar 29% em 2021. O relatório aponta que todos os setores tiveram suas estimativas anuais de lucros consolidados cortadas desde o início da pandemia. Como já era de se esperar, serviços públicos, Alimentos e Bebidas e Tecnologia e Telecomunicação são os menos afetados em termos de revisão de lucros, com cortes em 1,7%, 10,5% e 12,8%, respectivamente. No caso de serviços públicos, é esperado que outras revisões descendentes ocorram. Excluindo Ambev (SA:ABEV3), os ganhos estimados das Processadoras de Alimentos aumentaram 4,3%, graças à JBS (SA:JBSS3) e à Minerva (SA:BEEF3). Alguns setores relacionados a commodities, como Papel e Celulose e Óleo e Gás, tiveram seus ganhos em 2020 fortemente afetados por grandes ajustes pontuais relacionados a perdas de câmbio e redução dos estoques de petróleo. Excluindo Papel e Celulose e Óleo e Gás, Linhas Aéreas e Bens de Capital (devido à Embraer (SA:EMBR3)) são os setores mais impactados, e o BTG espera que registrem perdas líquidas em 2020. Já Educação, Propriedades Comerciais, Varejo e Bancos também tiveram suas estimativas de ganhos cortadas após o surto em 64%, 57%, 45% e 41%, respectivamente. Todos os outros setores tiveram revisões em baixa de 15 a 40% O relatório do BTG destaca ainda que o Ibovespa caiu 32% em relação ao pico este ano. Embora a venda tenha sido grande, fortes cortes na estimativa de ganhos levaram o Preço/Lucro (P/L) a 12 meses (ex-Petrobras e Vale) a subir. A equipe vê ações brasileiras sendo negociadas a 16,1x P/L a prazo de 12 meses, mais de um desvio padrão acima da média (de 12,6x). Os analistas explicam que alguém poderia argumentar que olhar para múltiplos de 2021 faz mais sentido, mesmo que a previsão de 2021 seja um desafio. De acordo com as estimativas, o P/L para 2021 agora é 12,4x, abaixo da média histórica.