Em maio, o Índice de Dividendos (IDIV) da bolsa B3 fechou com um ganho de 3,1%, acima do 0,7% registrado pelo Índice Bovespa, que reúne os principais papéis do mercado. Assim como o índice, algumas carteiras sugeridas de corretores voltadas para dividendos também foram bem, com ganhos de até 9%. No ano, o Índice de Dividendos acumula alta de 15,09%, para 10,40% do Ibovespa.
A queda dos juros nos últimos meses e a expectativa de que o Banco Central (BC) reduza o juro básico Selic ainda este ano para menos de 6,5% ao ano beneficia o investimento em ações de dividendos. A parcela distribuída aos acionistas ainda é isentas de imposto de renda, apesar dos estudos do governo de tributar o dividendo. E, em alguns casos, essas ações projetam ganhos superiores aos do juro básico, chegando a superar os 11% nas estimativas de algumas corretoras, como Tenda, Transmissão Paulista ou MRV (ver indicações abaixo de cada instituição).
Para junho, as carteiras de dividendos das corretoras seguem privilegiando o setor de energia elétrica, com cinco das 12 mais indicadas, e o financeiro, com quatro nomes, incluindo o banco Itaú e sua holding Itausa, o IRB, de resseguros, a bolsa B3 e o gaúcho Banrisul. As elétricas têm a vantagem da receita estável, o que proporciona dividendos mais constantes, por isso em geral são as preferidas dos analistas. Já o setor financeiro tem apresentado bons retornos em lucros e distribuição de remuneração aos acionistas. E bancos, seguradoras e a bolsa tendem a se beneficiar de uma retomada da economia.
Confira abaixo as ações mais indicadas pelas 14 corretoras acompanhadas pelo Portal do Pavini. Lembrando que a lista não é uma recomendação de investimentos, mas um levantamento feito com base nas carteiras sugeridas das corretoras.
Corretoras procuram dividendos estáveis e empresas sólidas
Neste mês, o acompanhamento traz as sugestões de dividendos da corretora Elite Investimentos. Como critérios para a escolha dos papéis, a Elite usa os pagamentos consistentes de dividendos, o que quer dizer que além de possuir um bom “dividend yield” (retorno sobre o investimento) no presente, tenha apresentado bons retornos de dividendos nos últimos 3 anos.
A empresa também deve ser destaque no setor, com forte participação e influência no segmento em que atuam. Devem ter também liquidez em bolsa, com negócios em 100% dos pregões nos últimos 3 meses. Outro critério é que seja uma empresa geradora de caixa, medida pela Margem Ebitda. Por fim, um importante critério é a diversificação, para evitar que a carteira tenha grande participação em um setor da economia e/ou muito peso de uma ação na carteira total. As ações escolhidas pela Elite incluem Itaúsa, com um retorno em dividendos (dividend yield) projetado para este ao de 6,33% e Tupy ON, com 5,74% de retorno.
Para a Coinvalores, que obteve ganho de 9% em sua carteira de ações no mês passado, o andamento da reforma da previdência segue em evidência em junho. Sob a expectativa de votação da matéria na Comissão Especial da Câmara, a volatilidade está garantida. O mercado deve ficar atento não só as articulações do Planalto, mas, principalmente, às mudanças e concessões que serão feitas ao longo do caminho. A proposta original prevê economia de R$ 1,23 trilhão em dez anos e os esforços devem ser canalizados para a manutenção da maior parte desse valor, avalia a corretora, que lembra que, nesta etapa, o governo precisa apenas maioria simples na comissão, ou seja, 25 dos 49 votos.
Já os indicadores econômicos continuam em segundo plano, apenas com a discussão em torno de uma possível redução dos juros ganhando força. Lá fora, o noticiário segue carregado, com um desfecho nas negociações sino-americanas longe do fim e preocupações, de cunho econômico e político, na Europa. Com a renúncia de May, o Brexit volta à tona, assim como a questão do déficit na Itália pode trazer pressões momentâneas, avalia a Coinvalores.
Confira abaixo das indicações de cada corretora para ações de dividendos em junho.
Fonte: Corretoras. As indicações não consideram pesos sugeridos pelas corretoras para cada papel. A rentabilidade é fornecida pelas próprias corretoras. O retorno em dividendos é anualizado, de acordo com as projeções das corretoras e com base no preço das ações no fim do mês passado.