Por Eduardo Guimarães*
Com o fim do período de férias no hemisfério norte, foi retomado o processo de ofertas subsequentes de ações (follow-on) no mercado de capitais doméstico.
As empresas intensificaram as conversas com os bancos de investimento para a realização das operações no mercado a partir de setembro.
São quatro ofertas no “forno”: Banco do Brasil, Banrisul, Banco Pan e Trisul. No caso do Banco do Brasil, a oferta vai marcar a saída da Caixa Econômica Federal do capital do BB.
Segundo os executivos de bancos de investimento da área de mercado de capitais: “Estamos enxergando de setembro até o final do ano uma aceleração muito grande de abertura de capital e reemissões de ações”.
A retomada das ofertas de ações é notícia é positiva para o mercado de capitais brasileiro, com aumento da liquidez, maior fluxo de investidores estrangeiros nas ofertas de ações e crescimento da representatividade da economia brasileira na bolsa de valores.
Segundo um executivo de banco de investimento, “há de 6 a 8 bilhões de dólares em ofertas de ações de setembro a dezembro”.
Esse volume pode ser ainda maior se forem consideradas as vendas de participação do BNDES, que tem em carteira mais de 100 bilhões de reais em ações.
O volume total de ofertas de ações (IPO’s e follow-on’s) já atingiu 55 bilhões de reais de janeiro a agosto de 2019.
Um dos setores mais aquecidos na Bolsa é o setor de construção civil, especialmente as incorporadoras mais voltadas à média e alta renda. O índice imobiliário (IMOB) acumula valorização de +32,3 por cento em 2019, comparado à alta de +13,6 por cento no Ibovespa.
Segundo notícias existem seis construtoras “na fila” para fazerem ofertas de ações: Trisul (TRIS3), Cyrela Properties (CCPR3), Gafisa (GFSA3), Even (EVEN3), Helbor (HBOR3) e o IPO da Kallas.
As incorporadoras têm em comum: o alto nível de endividamento, exceção feita à Trisul e Even, e a necessidade de capital para financiar o crescimento das suas operações.
*Eduardo Guimarães é especialista em ações na Levante, empresa de recomendações, análises e carteiras de investimentos. Esta coluna é de inteira responsabilidade da Levante e não reflete, necessariamente, a opinião da SpaceMoney.