sábado, 20 de abril de 2024
Commodities

WTI e Brent recuam 1,8%; temores com Ômicron resultam em semana negativa

Número de casos da variante dobrou no Reino Unido e na África do Sul, e levou vários países a anunciarem restrições à mobilidade, incluído o maior importador mundial de petróleo bruto, a China

17 dezembro 2021 - 14h44Por Investing.com

Por Peter Nurse, da Investing.com -- Os preços do petróleo caíram na sexta-feira com uma nova onda de temores com o impacto da variante ômicron do vírus da Covid-19 sobre a demanda global pela commodity, colocando o mercado rumo a uma perda semanal.

Até às 14h40 (horário de Brasília), os futuros do petróleo WTI , negociado em Nova York e referência de preços nos EUA, eram negociados com queda de 1,82%, a US$ 71,06 por barril. O contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preços, caía 1,83% para US$ 73,65.

Os temores iniciais sobre a velocidade de transmissão da nova variante se diluíram após estudos preliminares terem indicado que a variante ômicron parecia ser menos perigosa.

No entanto, o número de casos vem dobrando em países como o Reino Unido e a África do Sul, levando vários países a anunciarem restrições à mobilidade, incluindo o maior importador mundial de petróleo bruto, a China.

Além disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para um "inverno de doenças graves e morte" para aqueles que não se vacinaram, enquanto o G7 afirmou que a ômicron representa a maior ameaça à saúde pública, sugerindo que a toxicidade da variante não deveria ser subestimada.

Isto resultou numa outra semana de negociação instável no mercado do petróleo, na medida em que "uma recuperação contínua fora da China e a ameaça de uma atitude súbita da OPEP+ são contrabalançadas pela atenuação da crise energética na China e pelos receios de crescimento relacionados à ômicron", afirmou Jeffrey Halley, analista da MarketPulse.

"Isso deixou os mercados de petróleo à procura de um preço de equilíbrio mais estabelecido até que a narrativa mude de forma convincente, de uma forma ou de outra."

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, Rússia e aliados, conhecidos como OPEP+, disse na sua última reunião, ocorrida no início de dezembro, que poderiam se encontrar antes da reunião marcada para 4 de janeiro, caso a ômicron apresente um impacto significativo sobre a demanda por petróleo.

Ainda assim, apesar das perdas neste pregão, o Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) disse que não se pode descartar o barril de petróleo a US$ 100 em 2023 se os aumentos na oferta forem lentos demais para acompanhar a demanda recorde.

A previsão base do banco é que Brent fique próximo a US$ 85 no ano que vem e em 2023, mas que poderia quebrar a marca dos US$ 100 caso uma queda inesperada na oferta force os preços a um aumento forte o suficiente para destruir a demanda.

"Não há oferta suficiente face à forte procura", afirmou Damien Courvalin, analista do Goldman, na sexta-feira. "Os preços do petróleo têm de ser mais elevados a fim de ultrapassar o custo mais alto do capital para o financiamento de projetos".

Os investidores irão analisar a divulgação da contagem de plataformas de petróleo da Baker Hughes e os dados de posicionamento do CFTC mais tarde no pregão sessão para encerrar a semana.