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O que influencia o dia

Rússia invade Ucrânia e Brent ultrapassa US$ 100: as principais notícias dos mercados hoje (24)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão as bolsas em todo o mundo

24 fevereiro 2022 - 09h18Por Redação SpaceMoney
Vladimir Putin, presidente da RússiaVladimir Putin, presidente da Rússia - Crédito: Reuters

Por Peter Nurse e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com - O presidente russo, Vladimir Putin, autoriza uma invasão da Ucrânia, e índices dos EUA entram em território de correção, enquanto o rublo cai para uma baixa de seis anos e o petróleo Brent sobe acima de US$ 100 o barril pela primeira vez em mais de sete anos.

O PIB dos EUA deve subir para 7% no quarto trimestre, enquanto a gigante de bebidas AB InBev impressiona com sua orientação futura.

Petrobras (SA:PETR4) divulga o seu balanço de 2021 com números recordes.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 24 de fevereiro:

1. A Rússia invade a Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou uma invasão total da Ucrânia, e anunciou na quinta-feira (24) na TV estatal como "uma operação militar especial" contra o vizinho do sul de seu país, em busca de sua "desmilitarização e desnazificação".

As forças russas dispararam mísseis em várias cidades ucranianas e desembarcaram tropas em sua costa sul, enquanto o ministro da Defesa da Ucrânia disse que houve intenso bombardeio de unidades ucranianas no leste, bem como centros de controle militar e aeródromos.

O alcance total da ofensiva russa ainda não está claro, mas o presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu que os Estados Unidos e seus aliados responderão decisivamente ao "ataque não provocado e injustificado".

Os líderes da União Europeia devem se reunir em uma cúpula de emergência em Bruxelas no final da quinta-feira para decidir como reagir, mas a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que “focaremos em setores estratégicos da economia russa, bloqueio a seu acesso a tecnologias e mercados-chave".

"Além disso, congelaremos os ativos russos na UE e impediremos o acesso dos bancos russos ao mercado financeiro europeu."

Isso pode significar barrar a Rússia do sistema de mensagens financeiras SWIFT, o que pode ter efeitos de longo prazo no crescimento econômico global.

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2. Rublo cai para baixa de seis anos

O rublo sofreu o impacto do choque do mercado com a decisão de Putin de ordenar a entrada de forças russas na Ucrânia, e caiu para seu nível mais baixo desde o início de 2016, o que levou a Bolsa de Moscou a suspender as negociações.

Às 08h52, o USD/RUB subia 2,25%, a 82,9664, tendo subido anteriormente para 87,9909.

O banco central russo tomou medidas para tentar estabilizar seus mercados financeiros, e aumentou os dólares diários oferecidos por meio de operações de swap cambial com bancos de US$ 3 bilhões para US$ 5 bilhões.

Ele também disse que vai intervir no mercado de câmbio pela primeira vez em anos e forneceria liquidez adicional aos bancos com o oferecimento de 1 trilhão de rublos (US$ 11,5 bilhões) em um leilão de recompra durante a noite.

Em outros lugares, os portos seguros estavam em demanda, com o índice do dólar americano, que mede o dólar em relação a seis principais pares, subindo 0,95%, para 97,105, seu nível mais alto desde 31 de janeiro.

EUR/USD caiu para 1,1174, enquanto o AUD/USD, sensível ao risco, caiu 0,86%.

3. Ações americanas devem abrir em forte queda

Os mercados de ações dos EUA devem abrir em queda acentuada e avançar para o território de correção, à medida que os investidores reagem à agressão russa à Ucrânia.

Às 08h54, os futuros da Dow Jones caíam 2,40%, enquanto os da S&P 500 e da Nasdaq 100 recuavam 2,33% e 2,91%, respectivamente.

Essa fraqueza segue uma sessão pessimista em Wall Street na quarta-feira, com o blue chip Dow Jones Industrial Average num recuo de quase 500 pontos, ou 1,4%.

O S&P 500 de base ampla caiu 1,8%, cerca de 12% abaixo do recorde de 3 de janeiro, abaixo do recuo de 10% que marca uma correção.

O Nasdaq Composite caiu 2,6%.

O DJIA caminha para uma correção de sua alta do início de janeiro, enquanto o Nasdaq segue para cair 20% em relação ao recorde de novembro, ou seja, território de mercado em baixa.

As ações em foco na quarta-feira incluem a Anheuser Busch Inbev (BR:ABI) depois que a maior cervejaria do mundo previu lucros maiores em 2022, enquanto a gigante do comércio eletrônico eBay (NASDAQ:EBAY) divulgou ganhos e orientação de receita para o primeiro trimestre e o ano inteiro que caíram abaixo das expectativas.

A Booking Holdings também estará no centro das atenções depois que a agência de viagens on-line relatou reservas brutas ainda fracas e noites reservadas, parâmetros-chave ainda abaixo dos níveis pré-Covid.

O mercado também espera que o Federal Reserve suba as taxas de curto prazo em 50 pontos-base se reunir no próximo mês.

Mais evidências disso chegam na quinta-feira, com o valor do PIB trimestral do quarto trimestre, previsto para as 10:30, que deve aumentar 7% em relação ao crescimento de 6,9% no trimestre anterior.

Os pedidos iniciais de seguro-desemprego semanais são publicados ao mesmo tempo, devem cair para 235.000 de 248.000 na semana anterior.

4. O petróleo ultrapassa US$ 100/barril

Os preços do petróleo bruto subiram mais de US$ 100 o barril pela primeira vez desde 2014, depois que as tropas russas lançaram uma invasão da Ucrânia, o que provocou temores de uma grande interrupção no fornecimento global de energia.

As potências ocidentais anunciaram sanções a vários bancos e indivíduos russos próximos a Putin na quarta-feira, depois que ele reconheceu duas regiões separatistas no leste da Ucrânia, mas novas medidas mais severas devem seguir a medida de quinta-feira.

“Embora os governos ocidentais provavelmente isentem as transações de energia das sanções, a tempestade de novas restrições forçará muitos traders a serem extremamente cautelosos ao lidar com barris russos”, disseram analistas do Eurasia Group, em nota.

A Rússia está posicionada como o segundo maior produtor de petróleo do mundo e o maior fornecedor de gás natural para a Europa, com cerca de 35% do fornecimento deste último.

Os comerciantes também estão de olho nas negociações entre as potências ocidentais e o Irã sobre a retomada de um acordo nuclear que poderia fazer com que as exportações de petróleo do país do Golfo Pérsico retornassem ao mercado global.

Além disso, os estoques de petróleo dos EUA aumentaram mais do que o esperado na semana passada, com o American Petroleum Institute tendo contabilizado um aumento de 6 milhões de barris na semana passada.

O relatório oficial da Energy Information Administration deve ser divulgado ainda na quinta-feira, após o fim de semana de feriado.

Às 08h59, os contratos futuros de petróleo dos EUA subiam 7,24%, a US$ 99,69 por barril, enquanto os futuros de petróleo Brent subiam 7,99%, a US$ 101,56 por barril, negociados a US$ 100 por barril pela primeira vez em mais de sete anos.

Os futuros de gasolina RBOB subiram 6%, a US$ 3,0469 o galão.

5. Reação sobre empresas brasileiras

O iShares MSCI Brazil ETF, negociado nos EUA, caía 3,76%, a US$ 32,25 às 08h28, influenciado pelo cenário internacional.

O ADR da Vale (SA:VALE3) recuava 4,40%, US$ 16,50, enquanto os ADRs do Bradesco (SA:BBDC4) subiam 0,242%, a US$ 4,15, os do Itaú (SA:ITUB4) ganhava 0,085%, a US$ 3,29, e os do Banco do Brasil (SA:BBAS3) fecharam o after market em queda de 0,281%, a US$ 7,09.

As ADRs da Petrobras subiam 3,02%, a US$ 15.

Os ativos também serão influenciados ao longo do dia pela cotação do petróleo e o balanço financeiro da empresa, divulgado na noite de ontem, 23.

A Petrobras registrou um lucro líquido recorde de R$ 106,668 bilhões em 2021. A receita líquida do ano somou R$ 452,668 bilhões e o Ebitda foi de R$ 234,578 bilhões.

A estatal ainda propôs uma distribuição de dividendos no valor de R$ 37,3 milhões, que será efetuada em maio.

Um terço desse valor fica com a União e o restante vai ser distribuído entre investidores. Assim, a Petrobras fechará o exercício de 2021 com uma distribuição total de R$ 101,4 bilhões em proventos.

O lucro recorde foi atribuído à valorização de 77% do preço em real do barril de petróleo Brent.

O maior volume de vendas no mercado interno e a melhora nas margens do diesel e da gasolina também tiveram os seus papéis de destaque no resultado da empresa.