terça, 23 de abril de 2024
Finanças na maturidade

Reinvenção profissional depois dos 50 anos é possível?

Na coluna anterior falei sobre o projeto de lei que está em pré-aprovação na Câmara Municipal de São Paulo e que beneficiará profissionais sêniores, mas Será?

02 maio 2022 - 11h46Por Redação Spacemoney

Reinventar-se não é fácil, é um processo complexo, requer atualização técnica e comportamental, adaptações, entre outras responsabilidades, mas é necessário. O mercado de trabalho muda num processo acelerado e há que ser acompanhado. Quem não se adapta, “tá fora”, independentemente da faixa etária.

Para começar, é preciso muito autoconhecimento, entender o que faz sentido para você nessa fase da vida, além do que já mencionei acima. É importante fazer um planejamento adaptado ao cenário atual, network ativo e “humildade”.

Importante saber que nunca é tarde para recomeçar! Peça ajuda, procure profissionais da área, faça uma atualização acadêmica. Por que não fazer uma pós ou uma nova graduação?

Tomados esses passos, vamos avançar com ânimo.

Os setores de varejo e de serviços têm preferência por profissionais maduros. Posições operacionais, como vendas e atendimento ao cliente, são muito receptivas aos seniores,  porque esses têm mais empatia e paciência com os clientes.

Além das  atualizações que já citei, há as habilidades que cada profissão demanda e o fundamental hoje é saber lidar com as gerações. É necessário estar com a mente aberta para aprender com os mais jovens e, inclusive, ser gerido por eles. Portanto, “muita humildade!” é um requisito. Afinal, por mais experiência que você tenha, o ambiente de trabalho atual é muito mais diverso e colaborativo, além de horizontal.

É importante entender essa nova dinâmica e saber atuar de forma pacífica e estar sempre aberto para novos aprendizados. Se adaptar aceitando o diferente. 

Outro fator importante a considerar é que há bastante preconceito etário no mercado. No Brasil, o problema é puramente cultural, mas já está começando uma mudança significativa. Ocorre que muitos empregadores ainda têm a visão errônea de que esse tipo de profissional está desatualizado em relação às novas tecnologias e processos, que tem maior dificuldade em adaptação, resistência a mudanças ou que não possui as habilidades exigidas atualmente pelo mercado.

É preciso vencer os estereótipos, mostrando suas habilidades, sua bagagem de conhecimento e experiência, elementos que são essenciais em empresas bem sucedidas. Ao contrário do que se pensa, aqueles com mais de 50 anos estão extremamente ativos e produtivos: a longevidade dos brasileiros, segundo o IBGE, é de 76,6 anos.

As empresas que trabalham a diversidade e inclusão tendem a prestar mais atenção para as habilidades do que para a data de nascimento. Focar mais na experiência é o ideal na hora de atualizar o currículo.

O Coach e especialista em RH e recolocação Fernando dos Reis descreve esse momento com uma precisão cirúrgica e também oferece soluções aplicáveis: ”Estamos num momento de transição e o projeto de Sociedade 5.0 propõe valores e procedimentos relevantes para executar bem essa passagem. Eles permeiam a qualidade de vida, inclusão e sustentabilidade. O lado positivo disso é que, ao nos anteciparmos, podemos ficar à frente do que necessitamos e gerar adaptações para uma transição mais tranquila. Há novos comportamentos para desenvolver, porque toda mudança traz efeitos colaterais e não compreender essa nova dinâmica trará um aumento de estresse nessa transição", diz.00

"O profissional para a Sociedade 5.0 ainda é embrionário e isso explica o fato de que 30% das atuais profissões não existirão nas próximas décadas. São realidades e visões diferentes e divergentes do mundo em um ambiente de cooperação. Para completar, o negócio/produto/serviço deverá ser mais sustentável. Essas são as chaves para construir o futuro profissional do sênior”, conclui Fernando.

Voltaremos ao assunto!

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