terça, 16 de abril de 2024
Reflexos da pandemia

Petróleo tem queda drástica; casos de Covid devem impactar demanda chinesa

As perdas da commodity seguem o anúncio de restrições de mobilidade na capital Pequim, numa altura em que a maior parte da maior cidade do país, Xangai, já enfrenta um lockdown há quase um mês

25 abril 2022 - 13h52Por Investing.com

Por Peter Nurse, da Investing.com - Os preços do petróleo caem nesta segunda-feira (25) para os menores níveis em quase duas semanas, devido a preocupações de que os prolongados lockdowns contra a Covid-19 na China irão impactar a demanda do maior importador do mundo.

Por volta das 13h29, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com baixa de 5,32%, a US$ 96,64 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam queda de 5,46% a US$ 100,35. Ambos os contratos de referência recuaram para níveis de baixas não observados desde 12 de abril.

Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 3,98%, a US$ 3,1552 por galão.

As perdas seguem o anúncio de testagem em massa e restrições de mobilidade na capital Pequim, numa altura em que a maior parte da maior cidade do país, Xangai, já enfrenta um lockdown há quase um mês.

"A China continua a ser uma preocupação fundamental para o mercado de petróleo", afirmaram os analistas no ING em relatório. "A situação da Covid na China parece estar avançando na direção errada, com Pequim vendo um aumento nos casos durante o fim de semana. A política de Covid Zero da China significa que a demanda por petróleo será atingida na tentativa das autoridades de controlar o surto".

A China, o segundo maior consumidor mundial, já viu sua demanda cair cerca de 1,2 milhão de barris por dia este mês, como publicado pela Bloomberg na semana passada.

Embora os casos relatados em Pequim no domingo tenham sido relativamente modestos, de 29 ocorrências numa população de 21,5 milhões de habitantes, o exemplo de Xangai sugere que os casos irão aumentar com rapidez, e se revelarem difíceis de conter.

Os sinais de enfraquecimento na demanda chinesa chegam ao mesmo tempo que o Federal Reserve deve apertar de forma agressiva sua política monetária, potencialmente limitando o crescimento dos EUA.

A juntar-se aos males do mercado estão as notícias de que a Líbia deve reiniciar a produção de petróleo nos próximos dias, em campos antes fechados devido a protestos. Esse fato tem o potencial de acrescentar mais 500.000 barris por dia ao mercado global.

Estes fatores eclipsaram as notícias de um grande incêndio em tanques de armazenamento de combustível na cidade de em Briansk, na Rússia ocidental, próximo ao mais importante oleoduto de exportação do país.

A Transneft (MCX:TRNF_p), operadora do oleoduto, ainda não se pronunciou sobre se os fluxos de petróleo bruto pelo oleoduto principal de Druzhba foram afetados, mas a estrutura transporta cerca de 20% das exportações de petróleo russo para a Europa.

A União Europeia ainda não implantou formalmente a proibição do petróleo russo, mas o Times de Londres publicou que o bloco prepara uma nova rodada de sanções que também se estenderia, pelo menos em parte, ao petróleo russo.