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Petróleo de volta aos US$ 100, juros no Brasil e nos EUA: veja as principais notícias de hoje (17)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão os mercados em todo o mundo nesta quinta-feira

17 março 2022 - 08h58Por Investing.com

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo, da Investing.com - O rali global das ações se dissipou após os analistas expressaram ceticismo em relação às suposições por trás da orientação do Federal Reserve.

Espera-se que o Banco da Inglaterra siga o Fed na caminhada de aperto monetário mais tarde, enquanto o BC do Brasil já sinalizou a sua próxima alta nos juros.

A guerra na Ucrânia se intensificou, quando a Rússia enviou reforços de milhares de quilômetros de distância para substituir suas perdas em combate.

O petróleo está de volta a US$ 100.

Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 17 de março:

1. Selic vai a 11,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu ontem, 16, elevar a taxa Selic em 1 p.p., de 10,75% para 11,75%.

Esse foi o nono aumento consecutivo dos juros, apesar do seu ritmo ter sido reduzido em comparação com as alterações anteriores.

Agora, a taxa se encontra o seu maior patamar desde abril de 2017.

A alta veio em linha com as expectativas do mercado e o Copom já sinalizou que na próxima reunião pode fazer uma nova elevação na mesma magnitude, e fazer com que a Selic chegue a 12,75%.

Ainda assim, o colegiado não descarta a possibilidade de determinar uma política mais contracionista no futuro, caso haja um aumento na volatilidade dos preços das commodities.

Para este ano, a previsão mais recente do colegiado aponta que a inflação fique acima do teto da meta de 5%.

No último Boletim Focus, o mercado espera que o IPCA chegue a 6,45%, enquanto o Copom estima em 6,3%.

Já para tentar cumprir a meta em 2023, o BC calcula que seria necessário um petróleo a US$ 100, para que a inflação caísse para os 3,1%, por caso o barril fosse para US$ 110, o indicador de preços iria para os 3,4%, acima do centro da meta de 3,25%.

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2. O rali do Fed desaparece

Os mercados globais lutaram para estender os ganhos obtidos após a decisão do Federal Reserve de aumentar as taxas de juros dos EUA pela primeira vez em três anos, em meio ao ceticismo em relação às suposições por trás das orientações do banco central.

O ‘dot-plot’ do Fed das taxas esperadas para os próximos três anos prevê pelo menos mais seis aumentos de 0,25 ponto percentual, mas sua análise econômica não prevê um aumento real na taxa de desemprego – algo que seria um contraste com os ciclos de aperto anteriores.

Nos mercados de títulos, a curva de rendimento dos EUA se achatou acentuadamente, um movimento que geralmente anuncia uma desaceleração econômica à frente.

É improvável que isso se reflita muito nos dados de hoje, no entanto, o que deve refletir um forte crescimento contínuo.

Além dos dados semanais de pedidos iniciais por seguro-desemprego, construção de novas moradias e permissões para construção de fevereiro às 9:30, produção industrial às 10h15, bem como a pesquisa mensal de negócios do Filadelphia Fed.

Já na Europa, o Banco da Inglaterra deve aumentar a sua taxa básica em 0,25% mais tarde.

Esse pode ser o terceiro aumento consecutivo em tantas reuniões para o BoE que, como o Fed, enfrenta inflação excessiva e um mercado de trabalho aquecido.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou em um discurso que a guerra na Ucrânia poderia começar novas tendências inflacionárias perigosas, mas novamente enfatizou que quaisquer aumentos das taxas de juros do BCE seriam comedidos e graduais.

A economia europeia está sob pressão muito maior da guerra do que a dos EUA, com os preços da energia em alta e interrupções em insumos industriais vitais da Rússia e da Ucrânia, que causam a suspensão de fábricas em setores como fabricação de chips e de automóveis.

As vendas de carros da União Europeia caíram 6,7% em fevereiro, uma baixa recorde, mesmo antes do impacto da guerra ser sentido.

3. A retórica da guerra aumenta; Rússia diz que pagou dívida

A guerra na Ucrânia aumentou, apesar das negociações de cessar-fogo em andamento, pois os EUA concordaram em enviar US$ 1 bilhão em assistência militar extra para resistir à invasão russa.

O presidente dos EUA, Joe Biden, chamou o russo Vladimir Putin de ‘criminoso de guerra’, algo que – por definição – torna a negociação com seu regime mais difícil.

Putin respondeu com um ataque televisionado, chamou seus oponentes de 'escória e traidores' e disse que esperava uma 'limpeza saudável e necessária' da sociedade russa.

O jornal Vedomosti informou que a demanda por voos para fora da Rússia aumentou 650% na comparação anual nas três semanas desde o início da guerra, com 65% dos voos reservados sendo só de ida.

Imagens de vídeo de código aberto sugerem que a Rússia agora move reforços em larga escala para a Ucrânia do Extremo Oriente e do Cáucaso.

As esperanças ocidentais de convencer a China e a Índia a se juntarem à condenação do ataque da Rússia foram novamente frustradas, e a China refutou sugestões do Secretário de Estado Anthony Blinken de que ignorava a carta da ONU por seu apoio à Rússia.

Além disso, o banco central da Rússia disse que havia feito um pagamento de juros sobre a dívida externa do país, mas ainda não houve confirmação dos detentores de títulos de que eles foram pagos em dólares, conforme necessário.

4. Ações americanas devem abrir em baixa à medida que a curva de juros se achata

As ações dos EUA devem abrir em baixa mais tarde, com o rali de alívio de quarta-feira rapidamente ficando sem gás.

Às 08h18, os futuros da Nasdaq 100 recuavam 0,21%, enquanto os da S&P 500 e da Dow Jones caíam 0,17% cada.

O Dow subiu 1,6% na quarta-feira em resposta à decisão e orientação do Fed, enquanto o S&P subiu 2,2% e o Nasdaq Composite 3,8%.

No mercado de títulos, o rendimento de referência a 10 anos caiu para 2,12%, tendo subido para 2,24% na quarta-feira.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem Accenture (NYSE:ACN) Accenture (SA:ACNB34) e Dollar General (NYSE:DG) (SA:DGCO34), que divulgam balanços antes da abertura do mercado, enquanto a FedEx (NYSE:FDX) (SA:FDXB34) apresenta seus resultados após o fechamento.

5. Petróleo de volta a US$ 100

Os preços do petróleo bruto se recuperaram à medida que as perspectivas de uma paz rápida na Ucrânia pareciam se dissipar.

Às 08h21, os futuros de petróleo nos EUA disparavam 4,80%, a US$ 99,60 o barril, enquanto os de Brent ganhavam 5,29%, a US$ 103,21.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, voltou de mãos vazias de uma viagem à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos, onde esperava persuadir seus dois governos a aumentar a produção de petróleo.

Outros mercados de commodities também continuaram a mostrar volatilidade, com a London Metals Exchange novamente forçada a suspender as negociações dos futuros de Níquel quase imediatamente após a reabertura.