Campo de Papa-Terra - Crédito: PetrobrasA Petrobras (PETR4) prevê investimentos de US$ 68 bilhões entre 2022 e 2026, um aumento expressivo ante os US$ 55 bilhões estimados entre 2021 e 2025 - uma elevação de 24%, segundo fato relevante emitido pela companhia na quarta-feira (24).
Hoje, executivos compartilharam com analistas e acionistas maiores detalhes sobre o plano estratégico para o próximo período de quatro anos.
Segundo a empresa, 84% do montante bilionário vai ser destinado a exploração e produção de gás e petróleo.
Produção e investimentos
Para os planos de produção em 2022, a companhia revisou de 2,3 milhões de barris de petróleo por dia a 2,1 milhões de barris de petróleo por dia.
Para 2023, se prevê a produção de petróleo de 2,2 milhões de barris por dia, volume que sobe para 2,4 milhões em 2024, 2,5 milhões em 2025 e 2,6 milhões de barris por dia em média em 2026.
O montante dos investimentos e o foco no pré-sal exigirão aportes que estão num intervalo entre US$ 60 bilhões e US$ 70 bilhões.
A produção do pré-sal vai representar 79% do total da companhia no final do quinquênio, segundo a Petrobras. As perspectivas são de elevar a atuação da empresa em águas profundas e ultraprofundas de 92% em 2022 para 100% em 2026.
Os investimentos totais da companhia no próximo ano foram estimados em US$ 11 bilhões; US$ 15 bilhões em 2023, 2024 e 2025; e US$ 12 bilhões, em 2026.
Executivos voltaram a prever a construção de uma segunda unidade de refino na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), além de planos para ampliação da primeira, com investimentos de US$ 1 bilhão.
A Rnest entrou em operação em 2014 e esteve envolvida em escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. No último plano estratégico da Petrobras, a companhia apenas citava a unidade no portfólio de desinvestimentos.
Desinvestimentos
Nesse portfólio, a Petrobras ainda espera atingir entre US$ 15 bilhões e US$ 25 bilhões, “o que contribuirá para melhorar a eficiência operacional, o retorno sobre o capital e a geração de caixa necessária para manter a dívida em patamar adequado”. Parte das refinarias deve ser vendida.
Apesar desta sinalização, houve desistência em vender o campo de Marlim, na Bacia de Campos.
"É um ativo que já conseguimos extensão, é um ativo resiliente, que captura valor e está alinhado ao nosso portfólio", disse o diretor executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Rodrigo Araujo.
Descarbonização
O plano estratégico inclui ainda um montante de US$ 1,8 bilhão em projetos relacionados a iniciativas de descarbonização das operações, com destaque para separação de CO2, sistemas de detecção de metano, comissionamento do "flare" fechado, entre outros, que incluem redução de carbono nas refinarias.
Em linha com essa ambição, a companhia anunciou programa que será suportado por um fundo dedicado de descarbonização, com orçamento inicial de 250 milhões de dólares.
Além disso, a empresa disse que analisa possíveis novos negócios que possam reduzir a exposição e a dependência das fontes fósseis e, ao mesmo tempo, sejam rentáveis, garantindo a sustentabilidade da companhia no longo prazo.
"Nesse sentido, está sendo criada uma governança de aprovação para entrada em novos negócios focados em diversificar o portfólio da Petrobras, priorizando negócios relacionados ao segmento de energia ou de novos produtos que não estejam previstos no atual plano estratégico".
Demais projeções
A Petrobras prevê um petróleo Brent médio de US$ 72 o barril em 2022, forte elevação ante os US$ 45 previstos no plano anterior para 2022. Atualmente, o preço se encontra cotado a cerca de US$ 82 o barril - perto de uma máxima recente de cerca de três anos.
A companhia projeta que o dólar vai continuar acima de R$ 5 reais durante todo o período de 2022 a 2026.
Para o ano que vem, projetam que o dólar custe em torno de R$ 5,40, com um ligeiro recuo a R$ 5,30 em 2023.
A previsão se equipara a um câmbio de R$ 5,50 previsto para o final de 2022 apontado no Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) na última segunda-feira (22).
Com informações de Agência Brasil, O Estado de S.Paulo e Reuters.