quinta, 18 de abril de 2024
Expectativas

O que esperar para os fundos imobiliários (FIIs) em 2022?

Inflação crescente, taxas de juros altas e crescimento do PIB abaixo do esperado devem estar no radar dos investidores, mas mercado tem potencial, segundo profissionais de Urca Capital Partners, Valora Investimentos e Guardian Gestora

22 dezembro 2021 - 11h32Por Redação SpaceMoney
São PauloSão Paulo - Crédito: Rovena Rosa/Agência Brasil

2022 se aproxima e para quem investe em fundo imobiliário – ou tem planos de começar a investir – fica a pergunta: vale realmente a pena? Seria esse o momento mais propício? Qual tipo de fundo imobiliário é mais promissor?

Confira a avaliação de gestoras que atuam com FIIs:

De acordo com Caio Braz, sócio da Urca Capital Partners, o ano de 2021 foi complicado para os fundos imobiliários de shoppings, agravado pela crescente inflação, que impactou o consumo das famílias.

“Fechamos o ano de uma forma diferente do que esperávamos. Para 2022, ainda prevemos um ano desafiador já que as performances de vendas de novas unidades habitacionais vêm apresentando queda. A demanda continua forte, mas precisamos monitorar como cada região vai se comportar com margem de pagamento e performance. Isso vai variar localmente, de acordo com a situação econômica de cada região”, completa.

“O mercado de loteamento e residenciais populares vai continuar crescendo, mas a margem dos incorporadores está no limite. É preciso atenção para esse detalhe do segmento. Existem boas oportunidades no setor corporativo e de multipropriedade”, avalia.

Já Alessandro Vedrossi, sócio e responsável pela área imobiliária da Valora Investimentos, explica que 2022 será um ano em que se deve esperar taxas de juros altas e crescimento do PIB mais reduzido.

“É um momento para surfar uma onda de dívida ao invés de equity. Com isso, fundos imobiliários de recebíveis são os que devem se beneficiar mais ao longo do ano que vem, tanto os indexados à inflação quanto os indexados ao CDI”, aponta.

No olhar mais focado no segmento de fundos de tijolos, o gestor avalia que deve acontecer um aumento na receita dos fundos de shoppings são os mais promissores, seguido por escritórios.

“O momento é bom para comprar e há diversos setores pensando no médio e longo prazo. Na hora de investir, é essencial escolher fundos que tenham ativos de boa qualidade”, afirma Vedrossi. “É preciso olhar o risco e não só a distribuição de dividendos”, finaliza.

Quanto a classes de ativos mais incipientes na indústria brasileira, o sócio-fundador da Guardian Gestora, Gustavo Asdourian, acredita que os fundos residenciais para locação e os imóveis comerciais denominados como ‘renda urbana’ estão entre os que têm mais potencial para crescer.

Em relação ao primeiro grupo, Asdourian destaca semelhanças com os REITs nos Estados Unidos, já bastante difundidos no mercado imobiliário americano.

Por outro lado, os imóveis de renda urbana incluem ativos como hospitais, escolas, lojas e faculdades.

Neste caso chamam a atenção, entre outros fatores, pelo fato de serem construções mais próximas do dia a dia do investidor.

São ativos interessantes sob a ótica do investimento imobiliário, uma vez que envolvem grandes locatários, com bom risco de crédito, e contratos de longo prazo, segundo Asdourian.

Com informações de Tailor Made Comunicações.