"Não vejo condições para um golpe no Brasil", diz Barroso

Luís Roberto Barroso, ministro do STF e presidente do TSE - Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Durante o evento Expert XP 2021, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta-feira (25) não ver condições para um golpe no Brasil.

A declaração foi dada durante o painel “Fake News e Democracia no Debate Eleitoral de 2022". 

“As pessoas me perguntam se tem risco de golpe. Eu gostava de dizer que não. E gosto de dizer que não e acho que não, mas o número de vezes que me perguntam isso começa a me preocupar. Mas eu não vejo condições para um golpe no Brasil simplesmente porque não há uma causa para se dar um golpe”, afirmou.

Durante o seminário, ele disse que “o Brasil vive um momento institucional singular” e alertou que qualquer “desvio institucional” poderia transformá-lo em uma espécie de “pária” mundial. 

Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem dirigido críticas e ataques ao Poder Judiciário, mais precisamente aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. 

O presidente cogitou apresentar um pedido de impeachment de Luís Roberto Barroso ao Congresso Nacional, mas declinou. Jair Bolsonaro criticou o ministro em relação a sua posição contra o voto impresso, mas evitou tratar sobre o assunto hoje.

“Eu só atuo quando considero importante proteger as instituições, porque essa é a causa da minha geração”, disse.

Entretanto, apresentou pedido em relação ao ministro Alexandre de Moraes, que, recentemente, expediu treze mandados de busca e apreensão em operação da Polícia Federal que tinha como alvos o cantor Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), aliados de Jair Bolsonaro. Antes, o magistrado havia determinado a prisão de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB.

As decisões foram tomadas no âmbito do inquérito das fake news e de ataques à democracia.

“Sempre há, em todas as democracias, alguma tensão entre o Executivo e o Judiciário. Essas tensões, em uma democracia, são absorvidas de maneira institucional e civilizada”, disse.