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G7, OTAN e UE pressionam Putin, petróleo no Brasil e mais: veja as principais notícias de hoje (24)

Fique por dentro dos cinco principais assuntos que movimentarão os mercados em todo o mundo nesta quinta-feira

24 março 2022 - 08h38Por Investing.com
Vladimir Putin, presidente da RússiaVladimir Putin, presidente da Rússia - Crédito: Reuters

Por Geoffrey Smith e Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - Uma verdadeira orgia de diplomacia ocorre em Bruxelas, e o Ocidente tenta coordenar um aumento da pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, por meio da OTAN, do G7 e da UE.

O presidente dos EUA, Joe Biden, participa das três reuniões, e pressiona por uma ruptura mais completa com as compras de energia russas.

A Alemanha juntou-se a outras grandes economias da Europa no corte de tarifas de combustível para sustentar a demanda, enquanto o Brasil fala em aumentar a produção de petróleo.

O mercado de ações da Rússia reabriu com um salto após três semanas, graças à compra do fundo soberano.

O rublo também ganhou quando Putin exigiu que os estados hostis pagassem por sua energia em rublos, em vez de dólares.

Nos EUA, bens duráveis e pedidos de seguro-desemprego serão anunciados hoje, juntamente com mais uma fala do Fed.

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Aqui está o que você precisa saber nos mercados financeiros na quinta-feira, 24 de março:

1. Ocidente busca um caminho para mais pressão sobre Putin

Líderes ocidentais se reúnem em um esforço para aumentar a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para que ele pare a guerra na Ucrânia.

Em três cúpulas em Bruxelas ao longo do dia, espera-se que os líderes da OTAN anunciem planos para dobrar as forças da aliança em seu flanco leste, enquanto o G7 vai alertar Putin contra o uso de armas químicas e biológicas para compensar as deficiências de suas forças convencionais, que a OTAN estima ter 40.000 soldados mortos, feridos, desaparecidos ou feitos prisioneiros no mês desde a invasão.

O foco, no entanto, vai ser na última das três reuniões: uma cúpula da UE que também conta com a presença do presidente dos EUA, Joe Biden.

Biden e a maioria dos líderes da UE pressionarão para fechar as brechas que atualmente permitem que a Europa continue com as compras de energia russa.

Fazer isso aumentaria imediatamente a pressão econômica sobre a Rússia, mas também provavelmente desencadearia uma recessão, de acordo com o chanceler alemão Olaf Scholz.

2. A Rússia reabre e o rublo se fortalece

O mercado de ações da Rússia reabriu para negócios pela primeira vez em quase um mês. A negociação foi restrita a pouco menos de três dúzias de ações e foi dominada por compras do fundo soberano da Rússia.

O índice MOEX Russia baseado em rublos subiu 5,1%, mas ainda está abaixo de 50% desde outubro, quando Putin começou a aumentar sua pressão sobre a Ucrânia.

Ao mesmo tempo, a taxa oficial do rublo se fortaleceu para menos de 100 por dólar, apoiada pela exigência de Putin na quarta-feira de que os países 'hostis' deveriam pagar por seu petróleo e gás russos com rublos em vez de dólares ou euros.

A demanda tem pouco efeito sobre a demanda externa geral por rublos, porque os exportadores russos de petróleo e gás já usam suas receitas de exportação para comprar rublos para pagar impostos e salários.

No entanto, isso forçaria os compradores europeus a negociar com o Banco Central, cujas reservas estrangeiras foram congeladas por medidas de sanções anteriores.

3. Mercado de ações americanas

Os mercados de ações dos EUA devem abrir em alta mais tarde, embora grandes movimentos pareçam improváveis antes que o resultado das reuniões diplomáticas em Bruxelas seja conhecido.

Às 08h08, os futuros da Nasdaq 100 avançavam 0,5%, enquanto os da Dow Jones e da S&P 500 subiam 0,35% e 0,46%, respectivamente. Todos os três índices sucumbiram à realização de lucros na quarta-feira, cada um caía de 1,3% após uma semana de fortes ganhos.

As ações que provavelmente estarão em foco mais tarde incluem a Boeing (NYSE:BA) (SA:BOEI34), após a absolvição de um piloto que era julgado por enganar os reguladores de segurança aérea sobre a segurança do 737 MAX.

Autoridades que investigam o acidente do voo MU5375 da China Eastern no início desta semana, entretanto, disseram que o gravador de voo recuperado foi danificado, e aumentaram a perspectiva de um fluxo lento de notícias sobre o que causou o acidente.

As ações da GameStop (NYSE:GME) também chamarão a atenção, depois que o Boston Consulting Group a processou na tentativa de recuperar US$ 30 milhões em taxas supostamente não pagas.

Darden Restaurants (NYSE:DRI) e FactSet informam os resultados antes da abertura.

4. Bens duráveis, pedidos de auxílio-desemprego - e mais fala do Fed

Enquanto isso, o calendário de dados vai ser dominado por informações de bens duráveis para fevereiro e os números semanais de pedidos de auxílio-desemprego.

Espera-se que o crescimento nas compras de bens duráveis principais tenha desacelerado pelo terceiro mês consecutivo, enquanto reivindicações iniciais de desemprego devem cair alguns milhares, de 214.000 da semana passada.

Muitos discursos de funcionários do Federal Reserve são esperados: James Bullard, de St Louis, Charles Evans, de Chicago, e Chris Waller devem falar ao longo do dia, já que cada vez mais as conversas sobre a necessidade de acelerar o aperto monetário ainda prejudicam os mercados de títulos.

O rendimento do Tesouro de referência de 10 anos está de volta a 2,38%, após cair para 2,29% durante a noite.

Enquanto isso, na Europa, os purchasing manager indices regionais – as primeiras pesquisas a incluir reações à invasão da Ucrânia – foram melhores do que o esperado, e mostraram que as maiores economias da zona do euro continuaram em seu caminho de recuperação pós-pandemia em março.

No nível corporativo, no entanto, a montadora francesa Renault (PA:RENA) e a varejista britânica Next caíram após avisos de lucro relacionados à Ucrânia, enquanto a Nestlé disse que vai deixar de vender a maioria de suas marcas populares na Rússia.

5. Brasil aumenta produção de petróleo

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o Brasil deve aumentar em 10% a produção de petróleo, em reunião com ministros de Energia de diferentes países promovida pela Agência Internacional de Energia (AIE) ontem, 23.

De acordo com o ministro, a produção nacional de petróleo bruto deve passar de 2,905 milhões de barris por dia para 3,205 milhões de barris, um acréscimo de 300 mil barris.

A estimativa levaria em conta todas as petroleiras que atuam no país, incluindo a Petrobras (SA:PETR4).

O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), que reúne as grandes petroleiras, não se pronunciou.

O anúncio de Albuquerque acontece duas semanas após o governo brasileiro prometer aos Estados Unidos que iria aumentar a produção de petróleo para atenuar o efeito das sanções econômicas contra a Rússia no preço da commodity.

No mercado internacional, os preços do petróleo bruto subiram, ainda em modo de espera, juntamente com outros ativos de risco, à medida que as reuniões de cúpula do dia vêm e vão.

Os preços caíram um pouco da noite para o dia em meio a mais sinais de que China e Índia – dois dos maiores importadores do mundo – progrediram em esquemas para contornar as sanções ocidentais.

Às 08h12, os futuros de petróleo nos EUA subiam 0,03%, a US$ 114,97 o barril, enquanto os de Brent ganhavam 0,30%, a US$ 121,96.

Na Europa, a Alemanha seguiu o Reino Unido, a França e a Itália ao anunciar grandes cortes nas tarifas de combustível para sustentar a demanda, em um cenário de preços recordes de gasolina e diesel.