quinta, 25 de abril de 2024
Novos negócios

Fleury (FLRY3): expansão para o setor de oncologia é interessante, mas levanta incertezas, diz BTG

"À medida que a empresa se afasta gradualmente de seu negócio principal altamente lucrativo, ainda não está claro se conseguirá manter sua lucratividade historicamente forte", diz banco

18 maio 2022 - 12h29Por Redação Spacemoney

O Fleury (FLRY3) anunciou na terça-feira (17) que firmou um acordo de joint venture com a Atlântica Hospitais - subsidiária do Bradesco, que também detém 30% da Fleury - e a Beneficência Portuguesa para atuar no segmento de oncologia.

Todos os acionistas terão participação econômica igual (33%) e direitos iguais de governança na JV, que prevê um investimento de R$ 678 milhões (nos primeiros cinco anos) para a construção de clínicas de oncologia e centros oncológicos com tratamentos de alta complexidade. O Fleury se comprometeu a investir R$ 226 milhões.

Por volta de 12h20, os papéis da companhia subiam 1,36%, cotados a R$ 14,92.

O BTG Pactual pontua que as linhas de negócios do Fleury não estavam diretamente envolvidas com tratamentos oncológicos. No entanto, ao liderar o mercado de diagnóstico de São Paulo no segmento de alta renda, a empresa já conquistava parte do mercado endereçável relacionado a pacientes com câncer.

Embora seja uma pequena mudança, já que a Fleury terá 1/3 da economia da JV, o BTG entende que o anúncio posiciona melhor a empresa para atuar no mercado de oncologia, que apresenta alto crescimento.

Nos últimos anos, o Fleury começou a diversificar seu core business de diagnóstico, envolvendo recentes aquisições em infusão de medicamentos (aquisição da Saha por R$ 120 milhões foi anunciado no início deste mês e CIP por R$ 120 milhões em Dez-20), o que pode ser sinérgico com tratamentos oncológicos.

"Por fim, acreditamos que a criação desta JV pode trazer mais concorrência no segmento, sendo negativa para outras consolidadoras como Oncoclínicas (ONCO3) e, em menor escala, Rede D'Or (RDOR3) e Dasa (DASA3)".

Porém, o BTG se posiciona como neutro para as ações porque entende que o negócio parece interessante, mas também adiciona incertezas sobre o quão entrelaçadas estão todas as novas iniciativas de receita do Fleury.

"À medida que a empresa se afasta gradualmente de seu negócio principal altamente lucrativo, ainda não está claro se conseguirá manter sua lucratividade historicamente forte. Considerando todas as mudanças em curso nas tendências do mercado de saúde, permanecemos neutros, com as ações do Fleury", observa o banco.