quinta, 28 de março de 2024
Investimentos

FGTS: vale a pena sacar para investir?

Segundo head de Alocação da XP, esta pode ser uma oportunidade de organizar as finanças e até acessar novas modalidades de investimento

18 março 2022 - 17h05Por Redação Spacemoney

O governo anunciou nesta semana um novo saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O saque será de até R$ 1 mil, começa a partir de 20 de abril e tem calendário determinado pelo mês de nascimento do beneficiário, começando com aqueles nascidos em janeiro. Mas vale a pena sacar os recursos do FGTS?  Confira como analisa a XP.

Atualmente, conforme a Lei nº 13.932/2019, há duas opções de saques para o trabalhador: saque rescisão, na qual o trabalhador, quando demitido sem justa causa, tem o direito ao saque integral de sua conta FGTS, incluindo a multa rescisória; e saque-aniversário, que permite a retirada de parte do saldo da conta do FGTS, anualmente, no mês de aniversário.

Quanto rende o dinheiro no FGTS?

Segundo o governo, “a rentabilidade total é composta pelos juros e atualização monetária de TR + 3% ao ano, previstos em lei, e a parcela do resultado do FGTS distribuída aos trabalhadores detentores de saldo em 31 de dezembro de cada ano (DR), mediante deliberação do Conselho Curador do FGTS”.

O relatório mostra que, em 2018, a rentabilidade do FGTS foi de 6,18%. Em 2019, de 4,19% e, em 2020, de 4,92%. Nesses exercícios, a rentabilidade do FGTS superou a da poupança e foi superior ao IPCA, índice oficial de inflação no país.

Saque-aniversário do FGTS

Para além do anúncio recente, também é possível sacar os recursos do FGTS anualmente. Existem duas modalidades-padrão de saque: em caso de rescisão e o saque-aniversário. Nesse caso, as retiradas do FGTS são feitas seguindo um calendário conforme o mês de aniversário do trabalhador.

Quem opta por essa modalidade não recebe parte do que tem direito em caso de demissão sem justa causa.

Segundo o governo, até dezembro de 2021, eram 17,9 milhões de trabalhadores optantes pela modalidade, com saques totais de R$ 21,1 bilhões.

Quando posso sacar o FGTS?

Além de ser possível sacar o FGTS nos casos de demissão, na aposentadoria ou no mês de aniversário, para quem optou por essa modalidade, por exemplo, há outros casos em que é permitido resgatar os valores. Entre eles estão: no término do contrato por prazo determinado e na rescisão por acordo.


Mas vale a pena sacar o saldo do FGTS?

Com valor limitado em até R$ 1 mil para o saque, o Head de Alocação da XP Investimentos, Rodrigo Sgavioli, explica que esta é uma oportunidade de organizar as finanças e até acessar novas modalidades de investimento. 

“Sempre recomendamos que avalie se não vale usar esse dinheiro para quitar dívidas, pois elas custam muito caro, com taxas muito altas. É importante frisar que o saque aniversario é como se fosse um 14º salário, então é importante saber como encaixar isso para organizar suas finanças”, analisa Sgavioli.

Para alguém com as finanças mais saudáveis, o especialista vê no saque uma oportunidade para iniciar ou expandir seus investimentos, pela boa oportunidade de poupar que o FGTS proporciona.

“O FGTS te ‘força’ a poupar, mas com retornos muito menores que os investimentos mais conservadores. Então vale muito sacar, caso você já tenha o costume de investir e alocar esse dinheiro. Qualquer aplicação vinculada à Selic, 100% do CDI ou Fundo Trend DI Simples, já supera os 3% do rendimento do FGTS. Então eu recomendaria esse cenário para a construção de uma reserva de emergência alocada nesses ativos”, recomenda Sgavioli.

“Para quem já tem essa reserva, vemos como uma oportunidade para ter retornos maiores, com mais risco também, mas sempre adequando ao seu perfil de investidor. Nesse cenário os Fundos DNA, que oferecem a diferentes estratégias, com diversificação de ativos para diversos perfis de risco e retorno, são uma opção. Os fundos Selection também oferecem a mesma solução de baixo valor mínimo de investimento – a partir de R$ 100 – mas com uma segmentação maior de ativos, que podem ser uma boa porta de entrada para novas modalidades como Multimercados”, acrescenta o especialista.