sexta, 19 de abril de 2024
Avaliação

Economia brasileira deve apresentar recuperação robusta no segundo semestre, diz ata do Copom

Segundo o colegiado, os riscos fiscais ainda geram pressão altista na inflação

10 agosto 2021 - 09h34Por Redação SpaceMoney

Em ata redigida no último encontro realizado na semana passada, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC) reafirmou, nesta terça-feira (10), que o ambiente para países emergentes segue favorável com os estímulos monetários de longa duração, os programas fiscais e a reabertura das principais economias.

Segundo o documento, os indicadores recentes mostram evolução positiva e não ensejam mudança relevante para o cenário, o qual contempla recuperação robusta do crescimento econômico ao longo do segundo semestre.

O Copom aumentou a taxa básica de juros Selic em 1,00 p.p., de 4,25% para 5,25% ao ano. Foi a quarta elevação consecutiva neste ano. Na ocasião, o BC também indicou a intenção de novo aumento da Selic no próximo encontro, a ser realizado nos dias 21 e 22 de setembro.

No cenário externo, segundo o comitê, a evolução da variante Delta da Covid-19 adiciona risco à recuperação da economia global. O Comitê avalia, entretanto, que, a despeito dos movimentos recentes nas curvas de juros, ainda há risco relevante de aumento da inflação nas economias centrais.

As expectativas de inflação para 2021, 2022 e 2023 apuradas pelo último Boletim Focus encontram-se em torno de 6,8%, 3,8% e 3,25%, respectivamente.

“O Comitê notou que a mediana das projeções de crescimento, segundo a pesquisa Focus, está sensivelmente mais otimista do que as do seu cenário básico e ponderou se as dificuldades relacionadas à dessazonalização das séries devido ao choque da pandemia explicariam essa divergência”, destacou o colegiado. No último Boletim Focus, os economistas consultados estimaram um crescimento do PIB de 5,30% neste ano e de 2,05% em 2022.

O documento revela que o Copom considerou diferentes trajetórias de aperto da política monetária. O colegiado observou então que, caso não haja mudanças nos condicionantes de inflação, serão mesmo necessárias “elevações de juros subsequentes, sem interrupção, até patamar acima do neutro para que se obtenha projeções em torno das metas de inflação no horizonte relevante”.

“Sendo assim, tornou-se apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar consistente com política monetária contracionista”, completou.

O Copom explicou ainda que comunicou essa sinalização sobre os próximos passos da política monetária na semana passada para manter a transparência de suas decisões – e reafirmou que essa visão para as próximas reuniões será sistematicamente reavaliada conforme ocorram mudanças nos determinantes da inflação ou no balanço de riscos.

Com informações de Estadão Conteúdo.